BENEFÍCIOS DA MEDITAÇÃO

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Meditação ganha aval científico

Estudos sérios estão afastando as dúvidas que costumavam pairar sobre a prática e mostram que ela é extremamente eficaz no tratamento do stress e da insônia, pode diminuir o risco de sofrer ataque cardíaco e até melhorar a reação do organismo aos tratamentos contra o câncer
A receita para lidar com dezenas de problemas de saúde é fechar os olhos, parar de pensar em si e se concentrar exclusivamente no presente. A ciência está descobrindo que os benefícios da meditação são muitos, e vão além do simples relaxamento. “As grandes religiões orientais já sabem disso há 2.500 anos. Mas só recentemente a medicina ocidental começou a se dedicar a entender o impacto que meditar provoca em todo o organismo. E os resultados são impressionantes”, afirma Judson A. Brewer, professor de psiquiatria da Universidade Yale.
Iniciada na Índia e difundida em toda a Ásia, a prática começou a se popularizar no ocidente com o guru Maharishi Mahesh Yogi, que nos anos 1960 convenceu os Beatles a atravessar o planeta para aprender a meditar. Até a década passada, não contava com respaldo médico. Nos últimos anos, os pesquisadores ocidentais começaram a entender por que, afinal, meditar funciona tão bem, e para tantos problemas de saúde diferentes. “Com a ressonância magnética e a tomografia, percebemos que a meditação muda o funcionamento de algumas áreas do cérebro, e isso influencia o equilíbrio do organismo como um todo”, diz o psicólogo Michael Posner, da Universidade de Oregon.
A meditação não se resume a apenas uma técnica: são várias, diferindo na duração e no método (em silêncio, entoando mantras etc.). Essas variações, no entanto, não influenciam no resultado final, pois o efeito produzido no cérebro é parecido. Na prática, aumenta a atividade do córtex cingulado anterior (área ligada à atenção e à concentração), do córtex pré-frontal (ligado à coordenação motora) e do hipocampo (que armazena a memória). Também estimula a amígdala, que regula as emoções e, quando acionada, acelera o funcionamento do hipotálamo, responsável pela sensação de relaxamento.
Não se trata de encarar a meditação como uma panaceia universal, os estudos mostram também que ela tem aplicações bem específicas. Mas, ao contrário de outras terapias alternativas que carecem de comprovação científica, a meditação ganha cada vez mais respaldo de pesquisas realizadas por grandes instituições.
Hoje, os estudos sobre os benefícios da meditação estão concentrados em seis áreas.

Os benefícios da meditação

1. Redução do stress

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Meditar é mais repousante do que dormir. Uma pessoa em estado de meditação consome seis vezes menos oxigênio do que quando está dormindo. Mas os efeitos para o cérebro vão mais longe: pessoas que meditam todos os dias há mais de dez anos têm uma diminuição na produção de adrenalina e cortisol, hormônios associados a distúrbios como ansiedade, déficit de atenção e hiperatividade e stress. E experimentam um aumento na produção de endorfinas, ligadas à sensação de felicidade. A mudança na produção de hormônios foi observada por pesquisadores do Davis Center for Mind and Brain da Universidade da Califórnia. Eles analisaram o nível de adrenalina, cortisol e endorfinas antes e depois de um grupo de voluntários meditar. E comprovaram que, quanto mais profundo o estado de relaxamento, menor a produção de hormônios do stress. Este efeito positivo não dura apenas enquanto a pessoa está meditando. Um estudo conduzido pelo Wake Forest Baptist Medical Center, na Carolina do Norte, colocou 15 voluntários para aprender a meditar em quatro aulas de 20 minutos cada. A atividade cerebral foi examinada antes e depois das sessões. Em todos os pesquisados, foi observada uma redução na atividade da amígdala, região do cérebro responsável por regular as emoções. E os níveis de ansiedade caíram 39%. Para quem já está estressado, a meditação funciona como um remédio. Foi o que os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos descobriram ao analisar 28 enfermeiras do hospital da Universidade do Novo México, 22 delas com sintomas de stress pós-traumático. A metade que realizou duas sessões por semana de alongamento e meditação viram os níveis de cortisol baixar 67%. A outra metade continuou com os mesmos níveis. Resultados parecidos foram observados entre refugiados do Congo, que tiveram que deixar suas terras para escapar da guerra. O grupo que meditou ao longo de um mês viu os sintomas de stress pós-traumático reduzir três vezes mais do que as pessoas que não meditaram – índices parecidos aos já observados entre veteranos norte-americanos das guerras do Vietnã e do Iraque.

2. Melhoria do sistema cardiovascular

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A Universidade de Ciências da Saúde da Geórgia conseguiu melhorar a sobrecarga cardíaca de 31 adolescentes norte-americanos hipertensos. Os jovens apenas acrescentaram um hábito a suas rotinas: meditar duas vezes por dia, durante 15 minutos, ao longo de quatro meses. Outros 31 receberam orientações médicas, mas não meditaram. A primeira metade terminou o período de testes com a massa do ventrículo esquerdo menor – sinal de redução dos riscos de desenvolver doenças cardíacas e vasculares. Outro levantamento, este da Universidade da Califórnia em Los Angeles, mediu o acúmulo de gordura nas artérias de 30 pessoas com pressão alta. Depois de meditar 20 minutos, duas vezes por dia, ao longo de sete meses, a quantidade estava menor, enquanto que ela não havia sido alterada no grupo de controle. Meditar também é útil para reduzir em 47% as chances de ataque cardíaco e infarto em adultos. Foi o que concluiu a Associação Norte-Americana do Coração, depois de acompanhar um grupo de pacientes de 59 anos de idade, em média, ao longo de nove anos, de 2000 a 2009. Todos continuaram recebendo a medicação necessária, mas metade foi convidada a participar de sessões de meditação sem regularidade definida. Neste grupo, a pressão arterial caiu significativamente. “Foi como se a meditação funcionasse como um medicamento totalmente novo e muito eficiente para prevenir doenças cardíacas”, afirma o fisiologista americano Robert Schneider, diretor do Center for Natural Medicine and Prevention e responsável pelo estudo.

3. Insônia e distúrbios mentais

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Técnicas de relaxamento profundo, colocadas em prática durante o dia, podem melhorar a quantidade e a qualidade do sono. É o que aponta um estudo de 2008, do Northwestern Memorial Hospital, de Illinois. Cinco pessoas, com 25 a 45 anos e sofrendo de insônia crônica, foram submetidas a meditação durante dois meses. Passaram a dormir duas horas a mais por dia e alcançaram níveis de sono REM mais próximos do considerado saudável. Em muitos casos, a insônia é sintoma de depressão. A meditação também funciona para atacar a causa. A Universidade da Califórnia conseguiu reduzir os casos de depressão entre 20 idosos com um simples programa de oito semanas de relaxamento, meia hora por dia. “No limite, meditar atrasar o aparecimento de sintomas do Alzheimer. A depressão na terceira idade é um fator de risco para o desenvolvimento desta doença”, afirma o psiquiatra Michael Irwin, professor do Semel Institute for Neuroscience and Human Behavior da universidade. O psicólogo Michael Posner e o neurocientista e professor da Universidade de Tecnologia do Texas Yi-Yuan Tang mediram a densidade dos axônios de pessoas que começaram a meditar. Quanto mais densos, maior a capacidade de realizar conexões cerebrais e menores os riscos de sofrer distúrbios mentais, de depressão a esquizofrenia. “A quantidade de conexões cerebrais está diretamente relacionada à saúde mental. Neste sentido, podemos dizer que a meditação é um exercício para a mente, excelente para deixá-la mais ‘musculosa’ e prevenir doenças”, afirma o professor Posner.

4. Alívio da dor

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Quem tem a meditação como hábito sente menos dor. O pesquisador Joshua Grant, do Departamento de Fisiologia da Universidade de Montreal comprovou esta hipótese encostando placas aquecidas nas nucas de 26 pessoas, 13 delas sem contato com a técnica e outras 13 com mais de 1000 horas de experiência em meditação. A placa era aquecida a 46 graus, depois 47, e assim sucessivamente, até 56. Todos os meditadores suportaram temperaturas acima dos 52 graus. Nenhuma das pessoas inexperientes aguentou mais do que 50 graus. Na medida, o grupo que medita respirou 12 vezes por minuto. O outro respirou 15 vezes, um indício de stress maior. “As pessoas que meditam precisam menos de analgésicos. Elas sofrem menos pela antecipação da dor”, diz Grant, que, no cruzamento de dados, concluiu que o hábito de meditar provocou uma resistência à dor 18% maior. De acordo com um grupo de neurocientistas do Center for Investigating Healthy Minds da Universidade de Wisconsin-Madison, a resistência de quem medita é maior em situações em que o stress influencia diretamente no nível de dor – caso de artrite e inflamações intestinais.

5. Reforço do sistema imunológico

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O sistema imunológico também é favorecido. “O aumento da atividade cerebral relacionada a pensamentos positivos tem influência direta na maior produção de anticorpos. A meditação também intensifica a ação da enzima telomerase”, diz Judson A. Brewer, de Yale. As implicações desta descoberta são fundamentais para o tratamento de tumores malignos. A Associação Norte-Americana de Urologia já declarou que a meditação é recomendada para ajudar a conter o câncer de próstata. Também ajuda a lidar com o câncer de mama. Um grupo de 130 mulheres com a doença, todas com mais de 55 anos, aceitaram participar de um teste que reforça esta teoria. Ao longo de dois anos, elas foram divididas em dois grupos, um deles fazendo meditação. A situação foi monitorada pelos médicos do Saint Joseph Hospital, em Chicago. A metade que meditou teve maior resistência para lidar com as dores provocadas pela quimioterapia e experimentou uma reação física melhor à doença.

6. Melhoria na concentração

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Na escola estadual Bernardo Valadares de Vasconsellos, em Sete Lagoas (MG), os 1.400 alunos fazem, todos os dias, o Tempo de Silêncio. Quem desejar pode aproveitar os 15 minutos para meditar. Quem não quiser, pode apenas descansar. A iniciativa foi inspirada pela Fundação David Lynch, que já orientou a criação de programas de meditação na escola estadual Presidente Roosevelt, em São Paulo, e na escola estadual Helio Pelegrino, no Rio de Janeiro. “Estimamos que 20% dos estudantes continuam meditando por conta própria”, diz Joan Roura, diretor da fundação no Brasil. “Alunos que meditam são mais tranquilos, mais focados e têm maior capacidade de apreender informações.” A prática rende melhores notas: entre 235 crianças de colégios de Connecticut que começaram a meditar, representou um aumento de 15% nas provas e avaliações. As áreas do cérebro responsáveis pela memória e pela atenção chegam a ficar mais densas quando se medita. Foi a conclusão a que chegaram pesquisadores de Harvard, Yale e MIT, municiados por scanners de cérebro. Pessoas que mediram com frequência ao longo de vários anos também demoram mais para sofrer a redução destas áreas, em especial o córtex frontal. “Um estudante que medita pode ter melhores notas, uma vida mais saudável e boas condições de lutar por melhores postos no mercado de trabalho, com menor tendência para sofrer doenças cardiovasculares, stress ou distúrbios mentais”, diz Judson A. Brewer. Em resumo: “Meditar é uma boa forma de alcançar uma vida mais feliz, saudável e produtiva”.

Meditação preserva cérebro durante envelhecimento


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Neurocientistas já haviam demonstrado que pessoas que praticam meditação têm menos atrofia relacionada com a idade na matéria branca do cérebro.
Agora, a equipe do Dr. Florian Kurth, da Universidade da Califórnia, constatou que a meditação ajuda também a preservar a massa cinzenta do cérebro, o tecido que contém os neurônios cerebrais.

Vida longa


Dos anos 1970 para cá, a expectativa de vida em todo o mundo aumentou dramaticamente, com as pessoas vivendo pelo menos 10 anos a mais. Esta é a boa notícia.
A má notícia é que, quando as pessoas se aproximam dos seus 20 anos finais de vida, o cérebro parece “murchar” – seu volume e peso começam a diminuir. Conforme isso ocorre, o cérebro pode começar a perder algumas das suas habilidades funcionais.
Assim, embora as pessoas possam estar vivendo mais tempo, os anos que elas ganham muitas vezes vêm com aumento do risco de doenças mentais e doenças neurodegenerativas.

Vida longa e saudável


Felizmente, um estudo após o outro mostra que a meditação pode ser uma forma fácil, simples e não-medicamentosa de minimizar esses riscos.
Os pesquisadores agora descobriram que a meditação ajuda a preservar a massa cinzenta do cérebro, o tecido que contém os neurônios.
Eles analisaram especificamente a associação entre a idade e a massa cinzenta, comparando 50 pessoas que praticam meditação com 50 outras que não adotam a prática. As pessoas de ambos os grupos mostraram uma perda de massa cinzenta conforme envelheciam, mas as que meditavam apresentaram uma diminuição significativamente menor.
“Esperávamos alguns efeitos pequenos e localizados em algumas das regiões que haviam sido previamente associadas com a meditação. Em vez disso, o que observamos foi um efeito generalizado da meditação que engloba regiões em todo o cérebro,” disse o Dr. Florian Kurth.

Cure a si mesmo: Faça meditação

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Monges têm meditado nas montanhas por milênios, na esperança de obter a iluminação espiritual. Seus esforços provavelmente também reforçaram sua saúde física.
Estudos sobre os efeitos da meditação têm quase sempre envolvido um pequeno número de participantes, mas todos têm sugerido uma série de benefícios.
Há indicações de que a meditação aumenta a resposta imunológica em pessoas que recebem vacinas e em pessoas com câncer, protege contra uma recaída na depressão grave, alivia problemas de pele e até mesmo retarda a progressão do HIV.
A meditação pode até mesmo retardar o processo de envelhecimento. Os telômeros, as capas protetoras nas extremidades dos cromossomos, encurtam-se cada vez que uma célula se divide e assim desempenham um papel no envelhecimento.
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A equipe de Clifford Saron, do Centro para a Mente e Cérebro da Universidade da Califórnia (EUA), mostrou recentemente que os níveis de uma enzima que constrói os telômeros se mostraram mais elevados em pessoas que participaram de um retiro de meditação de três meses, do que em um grupo controle (Psychoneuroendocrinology, vol. 36, p. 664).
O mesmo aconteceu em um outro estudo com pacientes com câncer de próstata, que concluiu que a meditação retarda o envelhecimento das células.
Tal como acontece com a interação social, a meditação provavelmente funciona em grande parte influenciando as vias de resposta ao estresse. Embora esse mecanismo seja só uma teoria, pessoas que meditam têm níveis mais baixos de cortisol, e um estudo mostrou que há mudanças na amígdala, uma área do cérebro envolvida com o medo e a resposta às ameaças (Social Cognitive and Affective Neuroscience, vol. 5, p. 11).
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Coautora do estudo de Saron, Elissa Epel, psiquiatra da Universidade da Califórnia em São Francisco, acredita que a meditação também pode aumentar as “vias de recuperação e melhoria da saúde”, talvez desencadeando a liberação de hormônios sexuais e do crescimento.
Se você não tem tempo para um retiro de três meses, não se preocupe.
A meditação pode causar mudanças estruturais no cérebro depois de nada mais do que 11 horas de prática.
Epel sugere a adoção de “mini-meditações” breves ao longo do dia, tendo alguns minutos em sua mesa para se concentrar na sua respiração, por exemplo: “Pequenos momentos aqui e ali fazem toda a diferença.”

A meditação pode melhorar os resultados academicos

escola 2A meditação mindfulness, uma prática antiga e florescente que aumenta a consciência sobre os pensamentos aleatórios e redirecciona a atenção para o momento presente, tem sido usada para gerir o stress, a depressão e mesmo a dor crónica. Mas pode melhorar os resultados dos testes escolares?
Os investigadores do departamento de Ciências Psicológicas e do Cérebro na Universidade da Califórnia, Santa Barbara, têm vindo a estudar a relação entre mindfulness e a divagação mental, ou a tendência para deixar as nossas mentes se afastarem para pensamentos não relacionados com a tarefa.
“Nós já demonstramos que a mente distraída subjaz numa variedade de testes de desempenho, incluindo a capacidade de memorização e de inteligência”, afirmou Michael D. Mrazek, um estudante de pós-graduação, a trabalhar com Jonathan W. Schooler, um professor universitário de psicologia que estuda os impactos e implicações da divagação mental e da atenção.
Para a investigação recorreu-se a uma amostra de 48 alunos da Universidade da Califórnia, aos quais foi ventilado que seria um estudo para melhorar o desempenho cognitivo. Cada aluno foi avaliado na capacidade de memorização, divagação mental e desempenho num teste de leitura e de compreensão.
Metade do grupo foi aleatoriamente dividido para participar num programa de nutrição, onde se educou sobre a alimentação saudável e lhes foi pedido para manter um diário alimentar diário.
O outro grupo teve um treino próximo do programa de redução de stress baseado em mindfulness, que normalmente se reúne uma vez por semana, durante oito sessões. No regime de Santa Barbara, os alunos, reuniram-se quatro dias por semana, durante duas semanas e não foram obrigados a dedicar tanto prática formal fora das sessões.
Mas no geral, o grupo invocou os pilares seculares da prática, incluindo o sentar numa postura erecta, com as pernas cruzadas, o olhar focado, exercícios de respiração e “minimizando as distracções das preocupações do passado e do futuro, reformulando-as como projecções mentais que ocorrem no momento presente”.
Decorrias duas semanas, os alunos foram reavaliados. Os resultados do grupo de nutrição não se alteram. Os participantes do grupo que fez o treino da mente, no entanto, apresentaram uma mente menos distraída e tiveram melhor desempenho em testes de memorização, de compreensão e de leitura.
Richard J. Davidson, professor de psicologia e psiquiatria da Universidade de Wisconsin-Madison, que estuda o funcionamento do cérebro, a longo prazo e a novatos, de praticantes de meditação mindfulness, ofereceu esta analogia: “Podemos melhorar a relação sinal-ruído, reduzindo o ruído. Diminuir as distracções da mente está-se a reduzir o ruído”.
“Um tipo de treino que pode ajudar a evitar a susceptibilidade a preocupações, ou outras fontes de divagação mental, poderia, em muito, melhorar o desempenho académico”, disse Nelson Cowan, professor da Universidade de Missouri, que é especializado no estudo da capacidade de memorização e atenção.
Vários investigadores da Univerisade de Santa Barbara, recentemente, também trabalharam com estudantes do ensino secundário para ver se os resultados podem ser repetidos. Mas o professor de psicologia David Z. Hambrick da Universidade do Estado de Michigan questionou por quanto tempo os efeitos de um programa de treino de meditação mindfulness de apenas duas semanas irá durar.
O professor Davidson, que tem estudado os monges budistas com mais de 34 mil horas de meditação ao longo das suas vidas, disse: “Se as pessoas que estão fora de forma praticam duas semanas de exercício físico, irá assistir-se a algum benefício. Mas, se pararem de se exercitar os benefícios não persistirão”.

Dieta e meditação retardam envelhecimento das células

Uma rotina rígida de exercícios físicos, dieta e meditação podem reduzir o ritmo de envelhecimento celular.
É o que defende a equipe do Dr. Dean Ornish, da Universidade da Califórnia (EUA).
Embora não seja um estudo conclusivo, porque foi baseado em um número pequeno de homens, houve mudanças claras nas células dos homens que adotaram uma dieta à base de vegetais e seguiram à risca uma rotina recomendada de exercícios físicos.
Eles passaram a fazer meditação e ioga, com o intuito de se livrar do estresse.
Na verdade, já se sabe que a meditação produz mudanças genéticas que melhoram a saúde.
Segundo os cientistas, as mudanças estão relacionadas às capas protetoras nas extremidades dos cromossomos, chamadas telômeros.
O papel desses dispositivos é proteger a extremidade do cromossomo e prevenir a perda de informação genética durante a divisão celular.
À medida que o ser humano envelhece e suas células se dividem, os telômeros diminuem de tamanho – sua estrutura fica enfraquecida, enviando uma espécie de “mensagem” às células para que elas parem de se dividir e morram.
Os pesquisadores sempre se questionaram se esse processo seria inevitável ou poderia ser interrompido ou mesmo revertido.
No grupo de 10 homens que mudou o estilo de vida, o comprimento dos telômeros aumentou cerca de 10%.
Comparativamente, a extensão dos telômeros diminuiu, em média, 3% no grupo restante de 25 homens que não adotaram qualquer mudança em seus hábitos.
Todos os voluntários tinham histórico de câncer de próstata.
Mas, segundo Ornish, “as implicações desse estudo podem ir além de homens com câncer de próstata. Se validado por estudos controlados feitos de forma aleatória em larga escala, essas mudanças de estilo de vida podem reduzir significativamente o risco de uma grande variedade de doenças e de mortalidade precoce”.
“Nossos genes, e nossos telômeros, são uma predisposição, mas não necessariamente o nosso destino,” finalizou.

Meditação produz mudanças genéticas que melhoram a saúde

08.05.2013 ]
Crianca-meditacao-size-598Depois de vencerem muitos preconceitos de seus colegas, cientistas já demonstraram que, entre os benefícios da meditação, estão a redução do risco de ataques cardíacos, derrames e da morte por todas as causas.
Uma equipe norte-americana afirmou recentemente que, se a ioga fosse remédio, ela seria o melhor remédio do mundo – a ioga é uma dentre várias técnicas de meditação.
A novidade agora é que se descobriu que a meditação altera a expressão de genes envolvidos com vários processos benéficos à saúde.
E os resultados podem aparecer em minutos, dispensando anos de isolamentos em mosteiros nas montanhas do Tibete.
Estudos anteriores já documentaram mudanças no cérebro quando as pessoas praticam meditação, mas esta é a primeira vez que se demonstra mudanças na expressão dos genes.
Segundos os pesquisadores, esse pode ser o mecanismo principal que poderia explicar os efeitos benéficos relatados da meditação, da ioga e da oração.

Efeitos genéticos da meditação

Herbert Benson e seus colegas do Hospital Geral de Massachusetts (EUA) analisaram os perfis genéticos de 26 voluntários – nenhum dos quais meditava regularmente – antes de ensinar-lhes uma rotina de relaxamento com duração de 10 a 20 minutos.
As práticas incluíam recitar palavras, fazer exercícios de respiração e tentativas de interromper o fluxo automático de pensamentos.
Depois de oito semanas de meditação diária, o perfil genético dos voluntários foi analisado novamente.
Os genes reforçados têm três principais efeitos benéficos: melhorar a eficiência das mitocôndrias, a usina de força das células, aumentar a produção de insulina, o que melhora o controle de açúcar no sangue, e evitar o esgotamento dos telômeros, as tampas dos cromossomos que ajudam a manter estável o DNA e evitam que as células se desgastem – em duas palavras, retardam o envelhecimento.
Os genes que se tornaram menos ativos foram aqueles governados por um gene mestre chamado NF-kappaB, que desencadeia uma inflamação crônica que leva a doenças como a hipertensão arterial, doenças cardíacas, doença inflamatória intestinal e alguns cânceres.

Resultados em minutos

Os cientistas queriam testar a meditação ao extremo, e então decidiram analisar os genes antes e depois de uma única sessão de meditação.
Os resultados foram conclusivos: as alterações genéticas benéficas induzidas pela meditação ocorreram em poucos minutos.
“Parece fazer sentido que você veja essas respostas depois de apenas 15 a 20 minutos, assim como, inversamente, curtos períodos de estresse elevam os hormônios do estresse e geram outros efeitos fisiológicos que são prejudiciais a longo prazo,” comentou Julie Brefczynski-Lewis, da Universidade Oeste da Virgínia em Morgantown, que estuda os efeitos fisiológicos das técnicas de meditação.
E você, já meditou hoje?

Reflita sobre os benefícios terapêuticos da meditação

19.08.2013 ]
meditacao1Um estudo após o outro vem demonstrando os inúmeros benefícios da meditação – não apenas em termos espirituais, mas também no plano do corpo físico.
Apesar disso, os brasileiros ainda não se beneficiam dessa prática como poderiam.
“A prática da meditação no Brasil ainda é nova, desconhecida e comporta muitos preconceitos,” descreve o professor Rubens de Aguiar Maciel da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.

Meditação no Ocidente

O conhecimento da meditação chegou ao Ocidente após a invasão do Tibete pela China, o que gerou uma diáspora, levando à dispersão da prática, levada consigo pelos habitantes deslocados.
Aos poucos, os relatos dos benefícios da prática chegaram aos ouvidos dos cientistas. Hoje, já existem centros acadêmicos especializados em meditação nos países desenvolvidos.
Segundo o professor Maciel, a prática da meditação, no âmbito da saúde pública, é de grande importância, uma vez que restabelece a saúde de uma maneira rápida, barata e autoadministrável.
Ele aponta para os dados de que praticantes de meditação há quatro anos ou mais reduzem em mais de 70% a ida ao sistema de saúde e em mais de 80% a ida ao sistema de saúde mental.

Não é remédio, é estilo de vida

O professor ressalta, entretanto, que a prática não funciona através de uma busca objetiva de resultados, em que uma pessoa inicia a meditação com um propósito de cura definido – o resultado é obtido como uma consequência lógica de ações.
Na meditação, uma das principais propostas é a de apresentar uma postura de curiosidade e de aceitação para com o mundo mental particular de cada um.
O objetivo é olhar pra dentro de si sem receios, sem críticas, sem julgamentos e sem racionalizações. Nesse momento há um acesso direto ao mundo mental, sem intermediários, o que possibilita uma abertura e aceitação.
Assim, a meditação pode ser praticada por todas as pessoas, especialmente quando se tem em conta que a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que 90% da população ocidental vive em uma condição de estresse, sendo esta a condição normal dessas pessoas.
Isso, conforme o professor, gera um desequilíbrio para a saúde e o bem-estar e, assim, a meditação poderia entrar como um meio de se promover o conhecimento de si diante dessas condições não ideais nas quais esses indivíduos se encontram.
Questões como “quais os meus valores?”, “como eu estou vivendo?”, “quem sou eu?” e “como é que eu me identifico?” seriam mais bem trabalhadas e conduziriam o praticante a uma melhora na sua qualidade de vida.

Temperatura corporal pode ser controlada pela meditação

22.04.2013 ]

Temperatura corporal central

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O monge tibetano Gebchak Wangdrak Rinpoche recebe eletrodos de eletroencefalografia para monitorar seu cérebro durante as sessões de meditação para elevação do calor corporal.
Que a meditação tem inúmeros benefícios, todo o mundo já sabe. Mas que tal usar a meditação para viver mais?
Essa possibilidade pode ser real, conforme demonstrou um experimento realizado pela Dra Maria Kozhevnikov, da Universidade Nacional de Cingapura.
Há muito se sabe que animais cuja temperatura corporal interna é diminuída em algumas frações de grau, têm uma vida mais longa. Infelizmente esse conhecimento não tem valor prático para os seres humanos porque seria inviável baixar a temperatura corporal global de uma pessoa.
O que a Dra. Kozhevnikov comprovou é que é possível controlar a temperatura corporal central usando apenas a mente – por meio da meditação.

Secando lençóis com o corpo

Neste primeiro estudo desse tipo, os pesquisadores se concentraram no movimento oposto, no aumento da temperatura corporal, um mecanismo que pode reforçar o sistema imunológico para que ele se defenda de infecções ou de problemas de imunodeficiência.
A demonstração foi possível com a participação de monges e monjas tibetanos que praticam uma técnica de meditação chamada g-tummo, uma forma de ioga derivada da tradição indiana Vajrayana.
O objetivo do g-tummo é obter um controle total sobre os processos corporais – isso permite, por exemplo, que os monges suportem temperaturas congelantes das altas montanhas tibetanas.
Os pesquisadores coletaram dados durante uma cerimônia no Tibete, onde monjas foram capazes de elevar sua temperatura corporal a ponto de secar lençóis molhados enrolados em torno de seu corpo no clima frio do Himalaia (-25 graus Celsius) – tudo enquanto meditavam.
A equipe documentou aumentos da temperatura corporal central das monjas e monges que chegaram a 38,3 graus Celsius, já na zona febril.
O estudo foi publicado na revista PLoS ONE.
Um segundo estudo, com a participação de cientistas ocidentais, analisou apenas uma técnica de respiração da meditação g-tummo – as monjas também foram capazes de elevar sua temperatura corporal, embora a níveis menores.

Meditação g-tummo

Os resultados do estudo mostraram que aspectos específicos das técnicas de meditação podem ser utilizados por não-meditadores para regular a temperatura do corpo através da respiração e de imagens mentais.
Segundo os pesquisadores, essas técnicas podem permitir que os praticantes se adaptem a ambientes frios, melhorem a resistência a infecções, aumentem o desempenho cognitivo diminuindo o tempo de resposta e reduzam problemas de desempenho associados com a diminuição da temperatura corporal.
Os dois aspectos da meditação g-tummo que conduzem a aumentos da temperatura corporal são a “respiração dos vasos sanguíneos” e a visualização concentrada.
A “respiração dos vasos sanguíneos” é uma técnica de respiração específica que produz a termogênese, que é um processo de produção de calor. A outra técnica, visualização concentrada, envolve focar em uma imagem mental de chamas ao longo da medula espinhal a fim de evitar perdas de calor.
Agora só falta esperar testes que avaliem o efeito oposto, em busca de uma vida mais longa – embora provavelmente seja difícil encontrar monges tibetanos interessados em fazer esforços para baixar sua temperatura, algo que o meio ambiente já faz por eles naturalmente.

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Meditação torna as pessoas mais compassivas

10.04.2013 ]
meditar é..A meditação parece ser uma prática tão benéfica que os cientistas têm-se perguntado “Por que a meditação tem tantos efeitos positivos?”.
Ainda assim, a maioria dos pesquisadores tem dado atenção aos benefícios da meditação sobre o cérebro e o corpo, ou seja, sobre o hardware.
Paul Condon e David DeSteno, da Universidade Northeastern (EUA) queriam ir além do corpo, olhando para o “software” humano.
Eles então projetaram um estudo para avaliar se a meditação pode ter um impacto sobre aspectos mais espirituais, como a compaixão e a harmonia interpessoal.
Várias tradições religiosas, sobretudo o budismo, afirmam que a meditação faz exatamente isso, mas os cientistas precisam de suas tradicionais “provas”, do tipo que possam ser repetidas por outros pesquisadores de forma sistemática.
No conceito budista, a compaixão é geralmente definida como a capacidade que alguém apresenta para sentir plenamente a situação de uma outra pessoa – de forma mais ampla, de todas as outras pessoas e de todos os seres vivos.

Cenário cruel

Os voluntários foram divididos em grupos, e submetidos a dois tipos de prática de meditação, ambos com duração de oito semanas.
Ao final, eles foram submetidos a testes para avaliar seus níveis de compaixão e interesse pelo sofrimento alheio.
O teste consistiu em um cenário em que um ator entrava com demonstração de dor para participar daquilo que os voluntários acreditavam ser apenas mais uma etapa do estudo.
Além de não saberem que estavam junto a atores e nem que estavam sendo testados, os participantes foram instruídos a não fazer contato com nenhuma outra pessoa na sala.
Mais do que isso, a sala estava cheia de outros atores, instruídos a não ajudar o indivíduo com dor – assim que ele entrava, os demais atores disfarçavam olhando um livro ou mexendo com o celular.

Aí está a prova

Entre os participantes do grupo de controle, que não tiveram qualquer treinamento de meditação, apenas 15% tentou ajudar o ator que chegava aparentando sofrimento.
Entre os meditadores, o nível de auxílio chegou aos 50% – o resultado foi o mesmo para os dois tipos de meditação avaliados.
“O aspecto verdadeiramente surpreendente deste resultado é que a meditação tornou as pessoas dispostas a agirem virtuosamente – ajudando o outro que estava sofrendo – mesmo em face de uma norma direta para não fazê-lo,” disse DeSteno.
“O fato de que os outros atores estavam ignorando a dor cria o ‘efeito espectador’ que, normalmente, tende a reduzir a disposição para ajudar. As pessoas muitas vezes se perguntam ‘Por que eu deveria ajudar alguém, se ninguém está fazendo isto?’,” comenta o pesquisador.
Estes resultados parecem provar algo que os budistas têm dito há muito tempo, que a meditação leva as pessoas a experimentar mais compaixão e mais amor por todos os seres sencientes.
Mas, mesmo para os não-budistas – nenhum dos participantes era budista e nem havia feito meditação antes – os resultados oferecem uma prova científica de que a meditação altera positivamente as avaliações morais dos indivíduos.

Estudo por imagem revela que diferentes formas de meditação podem ter efeitos variados sobre a estrutura cerebral

Created with GIMPUm novo estudo demonstrou que a participação em um programa de meditação de 8 semanas pode ter efeitos mensuráveis ​​do funcionamento do cérebro, mesmo quando não se está ativamente meditando. Na edição de novembro de Frontiers in Human Neuroscience, pesquisadores do Massachusetts General Hospital (MGH), Boston University (BU), e diversos outros centros de pesquisa também constataram diferenças desses efeitos com base no tipo específico de meditação praticada.
“Os dois tipos diferentes de treinamento de meditação que os participantes do nosso estudo concluíram resultou em algumas diferenças na resposta da amígdala – uma parte do cérebro conhecida há décadas por ser importante para a emoção – a imagens com conteúdo emocional”, diz Gaëlle Desbordes, PhD, pesquisador do Centro de Imagens Biomédicas A. Athinoula Martinos no MGH e no Centro de BU para Neurociência Computacional e Tecnologia Neural, autor do artigo. “Esta é a primeira vez que se demonstrou que o treinamento de meditação afeta o processamento emocional no cérebro, fora de um estado meditativo.”
Vários estudos anteriores sustentaram a hipótese de que o treinamento de meditação melhora a regulação emocional dos praticantes. Embora os estudos de neuroimagem tenham revelado que a meditação parecia diminuir a ativação da amígdala – uma estrutura na base do cérebro que é conhecida por ter um papel no processamento da memória e da emoção – essas alterações foram observadas apenas enquanto os participantes do estudo estavam praticando a meditação. Este estudo foi desenhado para testar a hipótese de que o treinamento de meditação também pode produzir uma redução generalizada na resposta da amígdala a estímulos emocionais, mensuráveis ​​por ressonância magnética funcional (fMRI).
Os participantes foram incluídos em uma investigação mais ampla sobre os efeitos de duas formas de meditação, na Universidade Emory, em Atlanta. Adultos saudáveis, sem experiência meditativa participaram de ciclos de oito semanas em meditação de atenção plena (mindfulness) – a forma mais comumente estudada, que consiste em desenvolver a atenção e a consciência da respiração, pensamentos e emoções – e meditação da compaixão (loving kindness), uma forma menos estudada que inclui métodos concebidos para desenvolver bondade amorosa e a compaixão por si mesmo e com relação aos outros. Um grupo controle participou de um curso de educação em saúde de 8 semanas.
Dentro de um período de três semanas antes do início e três semanas após a conclusão do treinamento, 12 participantes de cada grupo foram para Boston para os exames de fMRI do cérebro nas instalações state-of-the-art do Centro de Imagens Martinos. Os scans do cérebro foram realizados enquanto os voluntários observavam uma série de 216 imagens diferentes – 108 por sessão – de pessoas em situações com um conteúdo emocional positivo, negativo ou neutro. A meditação não foi mencionada nas instruções prévias aos exames de imagem, e os investigadores confirmaram mais tarde que os voluntários não haviam meditado durante os exames. Os participantes também foram avaliados quanto a sintomas de depressão e ansiedade, antes e depois dos programas de treinamento.
No grupo da atenção plena, os exames após o  treinamento do cérebro mostraram uma diminuição na ativação na amígdala direita em resposta a todas as imagens, confirmando a hipótese de que a meditação pode melhorar a estabilidade emocional e a resposta ao estresse. No grupo de meditação da compaixão, a atividade da amígdala direita também diminuiu em resposta a imagens positivas ou neutras. Mas entre aqueles que relataram praticar a meditação da compaixão com mais frequência fora das sessões de treinamento, a atividade da amígdala direita tendeu a aumentar em resposta a imagens negativas – que mostravam alguma forma de sofrimento humano. Nenhuma mudança significativa foi observada no grupo controle ou na amígdala esquerda dos participantes do estudo.
“Nós achamos que essas duas formas de meditação cultivam diferentes aspectos da mente”, explica Desbordes. “Uma vez que a meditação da compaixão se destina a intensificar os sentimentos de compaixão, faz sentido o aumento da resposta da  amígdala frente ao sofrimento de outras pessoas. O aumento da ativação da amígdala também foi correlacionada à diminuição dos escores de depressão no grupo de meditação da compaixão, o que sugere que ter mais compaixão para com os outros pode também ser benéfico para si mesmo. De forma geral, estes resultados são consistentes com a hipótese abrangente de que a meditação pode resultar em mudanças benéficas e duradouras na função cerebral, especialmente na área de processamento emocional.”
Eric Schwartz, PhD, do Departamento de Engenharia Elétrica e da Computação e do Centro para Neurociência Computacional e de Tecnologia Neural da BU, é autor senior da Frontiers in Human Neuroscience.  Os co-autores são Lobsang T. Negi, PhD, e Thaddeus Pace, PhD, Universidade Emory; Alan Wallace, PhD, Instituto Santa Barbara Institute para Estudos da Consciência; e Charles Raison, MD, Faculdade de Medicina da Universidade do Arizona.

Consciência de si mesmo melhora emoções e sono

11.03.2013 ]

Sempre alerta

meditacaoPessoas que descrevem a si mesmas como plenamente alertas e atentas ao momento presente têm emoções mais estáveis e maior controle sobre o próprio humor e o comportamento.
Aquelas que estão no topo da escala – mais alertas e conscientes do presente – relatam ainda menos ativação cognitiva e fisiológica na hora de dormir, o que se traduz em um sono de melhor qualidade.
“Este estudo nos dá uma melhor compreensão de como a mente alerta afeta as respostas ao estresse ao longo do dia,” disse Holly Rau, da Universidade de Utah (EUA), uma das autoras do trabalho que foi publicado na revista da American Psychosomatic Society.

Consciência de si

A técnica de meditação da mente alerta (mindfulness) é uma prática espiritual que tem mostrado benefícios surpreendentes para uma série de problemas comportamentais, além de melhorar a qualidade de vida.
Mas Rau e suas colegas estavam interessadas não diretamente na meditação, mas em uma postura mais geral de mente alerta, um estado em que a pessoa fica mais conectada com a realidade, consciente não apenas de cada situação, mas também de si mesma enquanto imersa nessas situações do dia-a-dia.
Essa postura, que pode ser desenvolvida intencionalmente a partir da observação de si mesmo a cada momento, é normalmente chamada de “consciência de si mesmo”.
Para isso medir a relação entre a consciência de si e o estado emocional, os voluntários – entre 20 e 45 anos de idade – carregavam aparelhos que monitoravam seus estados fisiológicos, enquanto registravam os acontecimentos emocionalmente relevantes ao longo do dia.
Os resultados mostraram uma forte associação entre a mente alerta e uma melhor estabilidade emocional, melhor autocontrole emocional e comportamental e menor estimulação pré-sono, uma medida dos sintomas físicos e emocionais da ansiedade.

Pesquisadores brasileiros aderem à meditação como prática terapêutica

26.02.2013 ]

Meditação da Mente Alerta

Pesquisadores brasileiros estão começando a utilizar meditação como prática terapêutica em larga escala.
A Clínica de Redução do Estresse está sendo implantada pelo Centro de Saúde Geraldo de Paula Souza, da Faculdade de Saúde Púbica (FSP) da USP.
O programa é similar à Mindfulness Based Stress Reduction (MBSR), da Universidade de Massachusetts (EUA), um trabalho iniciado em 1979.
A Clínica de Redução do Estresse tem como fundamento o emprego da Meditação da Mente Alerta, que está se tornando cada vez mais popular no meio médico.
Embora as técnicas de meditação tenham uma longa história de utilização no contexto do treinamento espiritual, nos últimos anos esses métodos começaram a ser sistematicamente aplicados e estudados como parte de um sistema de tratamento médico e psicológico no ocidente.

Vantagens da meditação

Vários estudos vêm mostrando a eficácia da meditação em benefício da integração psicossomática, especialmente relacionada à diminuição dos sintomas ligados ao estresse e à ansiedade.
A prática regular desta modalidade de meditação promove a regulação do funcionamento do sistema imunológico, o que produz um “efeito cascata”, beneficiando as defesas do organismo no combate a várias enfermidades.
Pesquisas têm demonstrado que essa prática pode produzir efeitos de curta e longa duração que podem afetar as funções cognitivas e afetivas de forma positiva, entre eles a autoaceitação, ressignificação de experiências emocionais e redução da impulsividade.
Desde a década de 70, também ganhou destaque a investigação dos efeitos cerebrais da meditação, sob a premissa de que estados mentais como baixa ansiedade e afetos positivos podem alterar a atividade neuroelétrica.
Atualmente sabe-se que, além das mudanças funcionais, a meditação também pode produzir mudanças estruturais, atuando sobre a plasticidade cerebral.
Uma pesquisa que comparou a espessura do córtex de meditadores experientes com um grupo controle encontrou uma diferença significativa nas regiões relacionadas à sustentação da atenção, onde a espessura era maior nos praticantes experientes.

Terapia natural

A prática da meditação da atenção plena vem sendo cada vez mais utilizada na prevenção, promoção e no tratamento de várias patologias nas clínicas de saúde mental, oncologia, cardiovascular, dermatologia e gastroenteroloimplangia no Brasil e no mundo.
Suas principais vantagens são o baixo custo, autonomia do paciente e o fato de ser uma terapia natural. Pesquisas mostraram que meditadores com cinco anos de prática ou mais reduzem em até 70% sua procura pelo Sistema de Saúde.
A partir de agosto deste ano, os pesquisadores brasileiros vão começar a pesquisa “Aplicação da Meditação da Atenção Plena” em pacientes com estresse crônico, com o objetivo de aprimorar os conhecimentos e o ensino deste tipo de intervenção no âmbito da saúde coletiva.

O poder da meditação (Programa Globo Reporter)

Matéria no programa Globo Reporter sobre os beneficios da prática da meditação.


Meditação: Antes e Agora (vídeo, apenas 3 min.)

O que é meditação? De onde veio? O que pode fazer por mim? Se aprofunde emhttp://www.artedeviver.org.br

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Se ioga fosse remédio, seria o melhor do mundo, dizem cientistas

28.01.2013 ]

Melhor remédio do mundo

A ioga é um prática profunda de transformação emocional e espiritual, produzindo benefícios que vão além das desordens psiquiátricas cobertas por este estudo - por exemplo, a ioga para grávidas também reforça laços com o bebê.
A ioga é um prática profunda de transformação emocional e espiritual, produzindo benefícios que vão além das desordens psiquiátricas cobertas por este estudo – por exemplo, a ioga para grávidas também reforça laços com o bebê.
É crescente o número de estudos científicos que comprovam benefícios da ioga para condições as mais diversas.
Como geralmente são estudos bastante específicos, voltados para determinadas condições, faltava um resumão, que pudesse avaliar todos esses resultados, colocá-los na mesma base metodológica, e verificar para quais condições a ioga é realmente útil e eficaz.
Foi o que fizeram Meera Balasubramaniam e seus colegas da Universidade Duke (EUA).
As conclusões foram muito claras.
“Se os benefícios da ioga pudessem ser colocados em um remédio, ele se tornaria a droga mais vendida no mundo inteiro,” resume Meera.

Ioga para a mente

Esta revisão das pesquisas científicas na área centrou-se unicamente nos benefícios da ioga para desordens psiquiátricas.
Os pesquisadores analisaram mais de 100 estudos, mas selecionaram apenas 16 deles, considerados de alta qualidade e com experimentos controlados seguindo as melhores práticas científicas.
O estudo mostrou que a ioga tem efeitos positivos, mesmo na falta de tratamentos com os remédios tradicionais, sobre a depressão, problemas de sono, esquizofrenia e hiperatividade (TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, ou ADHD na sigla em inglês).
Foram confirmados benefícios da ioga para todas as doenças mentais incluídas na revisão, exceto para desordens alimentares, como bulimia e problemas cognitivos, cujos indícios se mostraram fracos ou conflitantes.

Prioridade global

Os cientistas deram destaque a estudos fisiológicos, nos quais foram acompanhados os chamados biomarcadores, mostrando que a ioga influencia elementos da biologia do corpo humano, gerando benefícios comparáveis aos da psicoterapia e dos antidepressivos – mas sem os efeitos colaterais destes últimos.
Segundo os cientistas, a prática da ioga afeta neurotransmissores, estresse oxidativo, inflamação, lipídios, fatores de crescimento e mensageiros secundários.
“A busca por melhores tratamentos, sobretudo aqueles não baseados em medicamentos, para atender às necessidades totais dos pacientes, é de importância extraordinária, e nós recomendamos que mais pesquisas sobre a ioga sejam consideradas uma prioridade global,” concluem os autores.

Meditação Budista estudada cientificamente

Programa: A Incrível Máquina Humana
(Meditação Budista estudada cientificamente)
Produção National Geographic
Data: 14/10/2007

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Meditação reduz morte, ataque cardíaco e derrame

Meditação Transcendental

Pacientes cardíacos que praticaram Meditação Transcendental regularmente apresentaram 48% menos probabilidade de ter um ataque cardíaco ou de morrer por qualquer causa.
Desta vez os médicos fizeram a comparação com outros pacientes cardíacos que participaram de aulas de educação e mudança de comportamento em relação à manutenção da própria saúde.
Ainda que os participantes deste segundo grupo tenham recebido orientações e incentivos para adotar hábitos mais saudáveis, aqueles que praticaram meditação tiveram benefícios significativamente superiores.
O estudo foi publicado pela renomada Associação Americana do Coração.

Ganhos cumulativos

Os pacientes que praticaram meditação também apresentaram uma diminuição na pressão arterial e relataram menos estresse e menos raiva.
E, quanto mais regularmente os pacientes meditavam, maior foi o aumento de sua sobrevida, afirmam os cientistas que realizaram o estudo, na Faculdade de Medicina de Wisconsin (EUA).
“Trabalhamos com a hipótese de que a redução do estresse pelo gerenciamento da conexão mente-corpo é responsável pelos resultados benéficos em relação a essa doença epidêmica,” disse o Dr. Robert Schneider. “Parece que a Meditação Transcendental é uma técnica que aciona a farmácia do próprio corpo, para que ele repare-se e mantenha a si próprio.”

Vida ativa e vida contemplativa

Os participantes do programa de meditação sentavam-se com os olhos fechados por cerca de 20 minutos, duas vezes por dia, permitindo que suas mentes e corpos descansassem profundamente, mas permanecendo alertas.
Os participantes do grupo de educação em saúde, sob a instrução de educadores profissionais de saúde, foram orientados a passar pelo menos 20 minutos por dia em casa praticando comportamentos saudáveis para o coração, como exercícios, preparação de refeições saudáveis e relaxamento em geral.
Os pesquisadores avaliaram os participantes no início do estudo, durante os três primeiros meses, e depois de seis em seis meses, avaliando o índice de massa corporal, dieta, aderência ao programa, pressão sanguínea e hospitalizações por problemas cardiovasculares.

Medite sobre isso

O estudo chegou às seguintes conclusões:
Houve 52 eventos definitivos durante o estudo, que incluíram a morte por ataque cardíaco ou ocorrência de acidente vascular cerebral. Destes, 20 eventos ocorreram no grupo de meditação e 32 no grupo de educação em saúde;
a pressão arterial foi reduzida em 5 mm Hg e a raiva diminuiu significativamente entre os participantes da Meditação Transcendental ao relação ao outro grupo;
ambos os grupos apresentaram alterações benéficas nas atividades físicas e no consumo de álcool;
o grupo de meditação mostrou uma tendência para fumar menos;
não se verificaram diferenças significativas entre os grupos nas dietas e nas variações de peso corporal;
a meditação regular foi correlacionada com menor risco de morte, ataque cardíaco e acidente vascular cerebral.



16.11.2012 ]

Meditação Transcendental

Pesquisadores da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, declararam que o monge budista Matthieu Ricard é o homem mais feliz do mundo. O ex-pesquisador francês que vive hoje no convento de Katmandu, no Nepal é um dos confidentes de Dalai Lama. O grupo de cientistas constatou que o cérebro dele produz um nível de ondas gama nunca antes relatado
no campo da neurociência.
 Transcendental regularmente apresentaram 48% menos probabilidade de ter um ataque cardíaco ou de morrer por qualquer causa.
Desta vez os médicos fizeram a comparação com outros pacientes cardíacos que participaram de aulas de educação e mudança de comportamento em relação à manutenção da própria saúde.
Ainda que os participantes deste segundo grupo tenham recebido orientações e incentivos para adotar hábitos mais saudáveis, aqueles que praticaram meditação tiveram benefícios significativamente superiores.
O estudo foi publicado pela renomada Associação Americana do Coração.

Ganhos cumulativos

Os pacientes que praticaram meditação também apresentaram uma diminuição na pressão arterial e relataram menos estresse e menos raiva.
E, quanto mais regularmente os pacientes meditavam, maior foi o aumento de sua sobrevida, afirmam os cientistas que realizaram o estudo, na Faculdade de Medicina de Wisconsin (EUA).
“Trabalhamos com a hipótese de que a redução do estresse pelo gerenciamento da conexão mente-corpo é responsável pelos resultados benéficos em relação a essa doença epidêmica,” disse o Dr. Robert Schneider. “Parece que a Meditação Transcendental é uma técnica que aciona a farmácia do próprio corpo, para que ele repare-se e mantenha a si próprio.”

Vida ativa e vida contemplativa

Os participantes do programa de meditação sentavam-se com os olhos fechados por cerca de 20 minutos, duas vezes por dia, permitindo que suas mentes e corpos descansassem profundamente, mas permanecendo alertas.
Os participantes do grupo de educação em saúde, sob a instrução de educadores profissionais de saúde, foram orientados a passar pelo menos 20 minutos por dia em casa praticando comportamentos saudáveis para o coração, como exercícios, preparação de refeições saudáveis e relaxamento em geral.
Os pesquisadores avaliaram os participantes no início do estudo, durante os três primeiros meses, e depois de seis em seis meses, avaliando o índice de massa corporal, dieta, aderência ao programa, pressão sanguínea e hospitalizações por problemas cardiovasculares.

Medite sobre isso

O estudo chegou às seguintes conclusões:
Houve 52 eventos definitivos durante o estudo, que incluíram a morte por ataque cardíaco ou ocorrência de acidente vascular cerebral. Destes, 20 eventos ocorreram no grupo de meditação e 32 no grupo de educação em saúde;
a pressão arterial foi reduzida em 5 mm Hg e a raiva diminuiu significativamente entre os participantes da Meditação Transcendental ao relação ao outro grupo;
ambos os grupos apresentaram alterações benéficas nas atividades físicas e no consumo de álcool;
o grupo de meditação mostrou uma tendência para fumar menos;
não se verificaram diferenças significativas entre os grupos nas dietas e nas variações de peso corporal;
a meditação regular foi correlacionada com menor risco de morte, ataque cardíaco e acidente vascular cerebral.

Ondas alfa fecham cérebro contra distrações


Entrar em alfa

“Entrar em alfa” é uma expressão bem conhecida, significando atingir um estado mental de tranquilidade e paz.
Mas o fato é que as ondas alfa têm sido praticamente ignoradas pelos cientistas.
Só muito recentemente é que os neurologistas passaram novamente a dar atenção a essas “emissões” específicas do cérebro.
Isso porque, além da concentração, essas ondas parecem ter importância crucial nas formas como lidamos com o estresse e com a ansiedade.

Frequências das ondas cerebrais

A atividade elétrica dos grupos de células cerebrais resulta na emissão de ondas cerebrais de diferentes frequências, ou amplitudes.
As chamadas ondas alfa – uma onda cerebral lenta, com um ciclo de 100 milissegundos (ms) – desempenha um papel fundamental na atividade cerebral.
Seu principal papel parece ser suprimir atividades irrelevantes.
A hipótese mais aceita atualmente é que as ondas alfa estão associadas com impulsos de inibição no cérebro – em contraposição aos impulsos de ativação – emitidos a cada 100 ms.

Prevendo e evitando as distrações

O que não se sabia é que, quando informações que causam distração podem ser previstas antecipadamente, há um aumento na potência das ondas alfa pouco antes do acontecimento efetivo desse elemento de distração.
A descoberta foi feita por Mathilde Bonnefond e Ole Jensen, da Universidade Radboud Nijmegen, na Holanda.
Mais do que isso, eles descobriram que o cérebro é capaz de controlar precisamente a emissão das ondas alfa de modo que o impulso de inibição esteja na potência máxima quando o fenômeno de distração ocorre.
Ou seja, quando a pessoa espera a ocorrência de algo que tende a tirar sua concentração, seu próprio cérebro se encarrega de emitir ondas de “tranquilização”, para evitar a distração.
“É como se uma porta se abrisse rapidamente para permitir ver o que está acontecendo lá fora. Isso nos permite detectar um evento inesperado, mas importante ou perigoso. Mas, para evitar ser distraído por uma informação completamente irrelevante, é melhor se a inibição estiver ativa apenas quando um distrator surge. Isso pode ser visto como um mecanismo de fechar a porta do cérebro para intrusos,” afirmam os pesquisadores.

Fechando o cérebro

Os pesquisadores projetaram uma experiência em que a precisão na capacidade de suprimir informações irrelevantes era crucial para o desempenho dos voluntários.
Os indivíduos foram treinados para fazer uma tarefa de memória em um ritmo muito rigoroso.
No experimento, os intervalos entre os distratores eram sempre os mesmos, de modo que os participantes podiam antecipar o momento em que eles surgiriam.
Aqueles que foram capazes de sincronizar a sua atividade alfa com o ritmo em que elementos de distração irrelevantes surgiam tiveram a maior pontuação na tarefa.
Mas tudo ocorre por um processo que é totalmente inconsciente.
Os pesquisadores presumem que a capacidade de ajustar a atividade alfa para uma distração iminente pode desempenhar um papel importante quando nós avaliamos ativamente o meio ambiente.
As ondas alfa eram mais fortes antes dos distratores fortes do que antes dos distratores fracos, confirmando que estas ondas “fecham” nosso cérebro para informação perturbadoras.

Meditação: escolha da técnica é essencial para usufruir dos benefícios

09.07.2012 ]

Incentivos à meditação

Uma série de pesquisas tem demonstrado os inúmeros benefícios da meditação. Mas o acompanhamento dos voluntários tem demonstrado que poucos conseguem permanecer na prática depois do fim dos estudos.
Enquanto nos países orientais há um verdadeiro apoio cultural à meditação, cujos benefícios são conhecidos há milênios por lá, o mesmo não ocorre no ocidente.
Assim, dependentes unicamente dos próprios esforços, logo que se deparam com as primeiras dificuldades os praticantes iniciantes tendem a abandonar a prática.
Mas o Dr. Adam Burke, da Universidade Estadual de São Francisco (EUA), afirma que há como contornar essas dificuldades e usufruir dos benefícios de longo prazo da meditação.

Escolha da técnica de meditação

Segundo o estudo, publicado no Journal of Science and Healing, é necessário saber escolher a técnica de meditação.
Não há uma única forma de fazer meditação, há inúmeras técnicas. E, segundo o Dr. Burke, a maioria dos usuários que abandona a prática simplesmente tentou uma técnica que não tinha muito a ver com seu próprio estilo.
Assim, a regra deve ser, segundo o pesquisador: não escolha a técnica mais popular; escolha a técnica de meditação com a qual você se sinta mais confortável.

Técnicas de meditação

O pesquisador comparou quatro métodos populares de meditação – Mantra, Mente Alerta, Zen e Qigong – para avaliar os benefícios clínicos e gerais de cada uma das técnicas, segundo as preferências de cada participante.
Os resultados mostraram que as preferências dos praticantes variam bastante:
● Mantra – 31%
● Mente Alerta – 31%
● Zen – 22%
● Qigong – 14,8%
A importância das preferências pode ser vista no fato de que a maioria se dividiu entre duas técnicas de meditação muito diferentes: enquanto a técnica dos mantras induz o praticante a ocupar-se continuamente de uma mesma ideia, ou frase, ou palavra, a técnica da Mente Alerta tenta evitar que a pessoa pense em qualquer coisa.
O maior importante, contudo, é que o estudo demonstrou que nenhuma técnica pode ser considerada a melhor para todos.
Assim, se você não está se dando bem com a técnica que lhe sugeriram, não abandone a meditação, procure uma técnica que lhe faça sentir mais confortável, recomenda o pesquisador.

Meditação da ioga reduz estresse severo em 12 minutos

27.07.2012 ]

Meditação Kirtan Kriya

Seis meses atrás, pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, publicaram um estudo mostrando que uma técnica simples de ioga reduz os níveis de estresse de pessoas envolvidas com tipos de demência, incluindo o Alzheimer.
A prática consiste em uma técnica meditativa baseada na recitação de um mantra simples, praticada durante 12 minutos por dia, ao longo de oito semanas – a técnica chama-se Meditação Kirtan Kriya.
Os resultados mostraram efeitos fisiológicos claros – e não apenas psicológicos – incluindo um reforço na resposta do sistema imunológico às inflamações.
Se ativada constantemente, a inflamação pode contribuir para uma multiplicidade de problemas crônicos de saúde.

Heróis desconhecidos

Mas a Dra. Helen Lavretsky e seus colegas não se deram por satisfeitos com a explicação, e queriam saber mais sobre os efeitos moleculares de uma prática tão simples sobre o organismo.
O trabalho da equipe é voltado não propriamente para os doentes, mas para os cuidadores, chamados por eles de “heróis desconhecidos”.
“Em média, a incidência e prevalência de depressão em familiares que cuidam de portadores de demência chega a 50%,” disse a pesquisadora. Além disso, os próprios cuidadores tendem a ser igualmente idosos, o que os deixa mais suscetíveis ao risco do estresse e da ansiedade.

Práticas psico-espirituais

Há muito se sabe que intervenções psicossociais, como a meditação, reduzem os efeitos adversos que a doença causa nos cuidadores.
Mas só mais recentemente os cientistas têm-se preocupado em associar os benefícios das práticas psico-espirituais com efeitos fisiológicos no corpo.
“O objetivo do nosso estudo era determinar se a meditação pode alterar a atividade de proteínas inflamatórias e antivirais que moldam a expressão genética das células imunológicas,” resume a Dra. Lavretsky.
O resultado foi positivo, mostrando que essas proteínas apresentam uma redução em sua atividade, diminuindo a resposta inflamatória, conforme as pessoas se engajam na prática da meditação.
Eles descobriram que a prática da meditação Kirtan Kriya altera a resposta de 68 genes no corpo, todos associados com a resposta inflamatória.
“Esta é uma notícia muito encorajadora. Os cuidadores geralmente não têm tempo, energia ou contatos pessoais que possam trazer-lhes um pouco de alívio do estresse de cuidar de um ente querido com demência. Assim, praticar uma forma rápida de meditação de ioga, que é fácil de aprender, é muito útil,” conclui a cientista.

Como praticar a Meditação Kirtan Kriya

Existem CDs à venda que auxiliam e guiam a prática da técnica Kirtan Kriya de ioga. Contudo, nem eles são necessários.
Escolha um lugar calmo e silencioso, onde você possa ficar só, e sente-se de uma maneira que se sinta confortável. Pode ser sobre uma almofada no chão, ou em uma cadeira – não é necessário fazer qualquer exercício de contorcionismo dolorido.
Estenda sobre as pernas as mãos abertas – naturalmente, sem forçar – com as palmas viradas para cima.
Cante as sílabas Sa, Ta, Na, Ma, espichando o “a”: Saaaaaaaa…..
Quando cantar Sa, toque a ponta do indicador na ponta do polegar. Quando cantar Ta, toque a ponta do dedo médio na ponta do polegar, e assim por diante.
● Cante de forma audível por 2 minutos
● Cante apenas sussurrando durante 2 minutos
● Apenas vocalize mentalmente durante 4 minutos, sem emitir sons, mas movimentando os dedos
● Cante apenas sussurrando durante 2 minutos
● Cante de forma audível por 2 minutos
Marque um horário e procure respeitá-lo todos os dias. E tenha persistência.
As sílabas são palavras em sânscrito, que significam, respectivamente, nascimento, vida, desligamento e renascimento.

Ioga para grávidas reduz depressão e reforça laços com o bebê

14.08.2012 ]

Depressão na gravidez

Não é nenhum segredo que os hormônios ativados durante a gravidez podem mexer com o humor da mulher.
Mas o problema é pior para algumas mulheres: 1 em cada 5 delas atingirá o nível de depressão.
Felizmente, com variações de humor graves ou não, todos os casos parecem poder ser tratados de forma totalmente benigna, sem usar medicamentos.
E a terapia é simples: aulas de ioga.

Ioga na gravidez

O estudo concentrou-se em mulheres avaliadas como estando em elevado risco de depressão durante a gravidez.
Elas participaram de um programa de 10 semanas de meditação da mente alerta, baseada na ioga.
Além de apresentarem significativas reduções nos sintomas depressivos, as mulheres também relataram uma ligação mais forte com os bebês ainda em seus úteros.
“Nosso trabalho fornece evidências iniciais promissoras de que a ioga da mente alerta pode ser uma alternativa eficaz aos tratamentos farmacológicos para as mulheres grávidas mostrando sinais de depressão,” disse a Dra. Maria Muzik, da Universidade de Michigan (EUA), responsável pelo estudo.
Segundo ela, embora se concentrasse apenas na depressão, foi uma surpresa agradável ver que a prática também melhora o bem-estar do bebê e a relação entre mãe e filho.

Ansiedade e depressão na gravidez

Distúrbios mentais durante a gravidez, incluindo depressão e ansiedade, têm-se tornado um problema de saúde sério.
As alterações hormonais, a predisposição genética e fatores sociais levam algumas grávidas a apresentar irritabilidade persistente, sentimentos de estarem oprimidas e incapacidade de lidar com o estresse.
Se não forem tratados, estes sintomas podem apresentar riscos tanto para a mãe quanto para o bebê – as consequências geralmente incluem ganho de peso, pré-eclâmpsia, parto prematuro e problemas de relacionamento com o bebê.

Ioga

A ioga tem-se tornado cada vez mais popular em todo o mundo, embora a maioria das escolas aborde a prática apenas como exercício físico.
A prática de estar totalmente presente no momento, consciente de si mesmo e do seu entorno, tem sido deixada de lado por mestres menos preparados, que não transmitem a ideia central de que a ioga é um prática profunda de transformação emocional e espiritual.
Diferentemente da prática da meditação derivada do budismo, a medição da ioga geralmente envolve posturas físicas específicas, com o corpo todo, ou apenas com as mãos, conhecidas como mudrás.
Além de comparecer às sessões de ioga, é recomendável que a aluna procure livros de boa qualidade para compreender a totalidade da ioga, tirando o máximo de proveito da prática.
Veja outras pesquisas demonstrando os benefícios da ioga:
Meditação da ioga reduz estresse severo em 12 minutos
Ioga reabilita pacientes com sequelas pós-AVC
Ioga reduz sensação de dor liberando hormônio que lida com estresse
Ioga é eficaz contra a fibromialgia
Ioga é mais eficaz para ansiedade que outros exercícios
Técnica de meditação da ioga amplia habilidades visoespaciais

Meditação modifica seu cérebro em apenas um mês


No meio da loucura da sociedade moderna, a meditação tem ganhado um status interessante como forma de combater o estresse e melhorar a qualidade de vida. A ioga também cresceu como atividade, justamente por promover um bem-estar espiritual.
Com isso, muitos estudos sobre a meditação foram realizados, para saber, cientificamente, como ela poderia nos beneficiar.
E os resultados, até agora, tem sido maravilhosos: pesquisas mostraram que a meditação alivia a dor, aumenta a nossa capacidade de atenção, melhora nosso sistema imunológico e representa uma maior conexão entre o corpo e a mente do que até mesmo a dança.
Isso tudo tem a ver, então, com a forma como a meditação altera nosso cérebro. Foi o que revelou um novo estudo, uma revisão de pesquisas anteriores sobre a meditação, que descobriu que após quatro semanas de prática (o que equivalente a apenas 11 horas) de meditação nosso cérebro sofre mudanças físicas observáveis.
Os cientistas analisaram os resultados de dois estudos de 2010, um com 45 estudantes da Universidade de Oregon (EUA), e outro com 68 estudantes da Universidade de Tecnologia de Dalian (China).
Durante esses estudos, os participantes praticaram treinamento integrativo de mente e corpo (TIMC), um tipo de meditação intensa. Eles foram submetidos, também, a ressonâncias magnéticas do cérebro.
Após duas semanas de prática, os participantes apresentaram uma maior densidade de axônios, ou fibras nervosas, no cérebro. Ao ficarem mais densas, as fibras nervosas, também chamadas de “substância branca”, aumentaram o número de conexões cerebrais de sinalização.
Após um mês de prática, além do aumento de densidade das fibras nervosas, foi observada também nos participantes a expansão da mielina, um isolamento de proteção gordurosa que envolve as fibras nervosas.
Esses efeitos foram vistos na região do córtex cingulado anterior do cérebro, que ajuda a regular o comportamento. A atividade nesta parte do cérebro está associada a várias doenças mentais, como déficit de atenção, demência, depressão e esquizofrenia.
A mudança nessa parte do cérebro afetou os participantes de forma positiva: eles apresentaram melhoras no humor, níveis reduzidos de raiva, ansiedade, depressão e fadiga, além de níveis mais baixos de cortisol, o hormônio do estresse.
Essa não é a primeira vez que um estudo descobre que a meditação afeta o cérebro, já que um estudo de 2011 também ligou a prática ao aumento da massa cinzenta no hipocampo, uma área do cérebro importante para o aprendizado e a memória.

Aplicações

Segundo os pesquisadores, a meditação pode ser utilizada para combater doenças mentais. A meditação é uma intervenção simples e barata com potencial para melhorar ou prevenir transtornos do cérebro.
“As descobertas deste estudo são notícias boas para todos nós. Se tão pouco quanto 11 horas de treinamento da mente melhora nosso cérebro, essa atividade acessível a qualquer pessoa a qualquer momento pode nos ajudar a desfrutar de mais clareza mental e estabilidade emocional em nossas vidas”, comentou a neurocientista Elena Antonova, do Instituto de Psiquiatria do Kings College London (Inglaterra).[DailyMail, NYTimes]

Novas evidências indicam que a meditação fortalece o cérebro

15 de março, 2012 ]
Pesquisadores norte-americanos descobriram mais evidências de que meditar fortalece o cérebro.
Estudos anteriores feitos pela Universidade da Califórnia (UCLA), nos Estados Unidos, já haviam sugerido que meditar durante anos torna o cérebro mais espesso e fortalece conexões entre células cerebrais.
As novas pesquisas feitas pela mesma equipe californiana revelaram ainda mais benefícios associados à prática. Os resultados foram publicados pela revista Frontiers in Human Neuroscience.
O cientista Eileen Luders e seus colegas do Laboratory of Neuro Imaging da UCLA dizem ter encontrado indícios de que pessoas que meditam durante muitos anos têm quantidades maiores de dobras no córtex cerebral do que pessoas que não meditam. Isso poderia acelerar o processamento de informações.
A equipe também encontrou uma relação direta entre a quantidade de dobras e o número de anos durante os quais a pessoa meditou.
Isso pode talvez ser mais uma prova da neuroplasticidade do cérebro – a habilidade do órgão de se alterar, ou se adaptar, em resposta a estímulos externos.

Córtex

O córtex é a camada externa do cérebro e tem papel fundamental na memória, atenção, pensamento e consciência.
Os dobramentos corticais são o processo pelo qual a superfície do cérebro se altera para criar sulcos e dobras. Sua formação pode promover e melhorar os processos nervosos.
Presume-se, portanto, que quanto mais dobras se formam, maior a capacidade do cérebro de processar informações, tomar decisões e formar memórias.
“Em vez de simplesmente comparar pessoas que meditam com as que não meditam, queríamos ver se havia uma relação entre a quantidade de prática da meditação e o grau de alteração do cérebro”, disse Luders. “Quer dizer, associar o número de anos de meditação com a incidência das dobras”.

Testes

Os pesquisadores fizeram exames de ressonância magnética em 50 praticantes de meditação – 28 homens e 22 mulheres. Esse grupo foi comparado a outro, de não praticantes, com idade e sexo equivalentes.
Os praticantes haviam meditado em média 20 anos. Os tipos de meditação eram variados, entre eles, Zen e Vipassana.
A equipe disse ter encontrado grandes diferenças na incidência das dobras em participantes que praticavam meditação.
Para os pesquisadores, a revelação mais interessante foi a correlação positiva entre o número de anos de meditação e a quantidade de dobras, especialmente em uma estrutura do cérebro conhecida como ínsula.
Sabe-se que essa estrutura está associada às emoções humanas. E que lesões na ínsula podem resultar em apatia, perda de libido e alterações na memória.
“Talvez (a descoberta) mais interessante tenha sido a relação positiva entre o número de anos de meditação e a quantidade de dobramentos insulares”.

Emoção e raciocínio

Luders mencionou estudos anteriores que indicam que a ínsula funcionaria como um integrador entre a emoção e o raciocínio.
“Pessoas que meditam são conhecidas por serem mestras em introspecção e consciência, assim como em controle emocional e autorregulação, então os resultados fazem sentido – quanto mais tempo alguém medita, maior a a incidência das dobras na ínsula”.
Luders adverte que fatores genéticos e ambientais podem ter contribuído para os efeitos observados.
Ainda assim, “a relação positiva entre as dobras e o número de anos de prática dá suporte à ideia de que a meditação aumenta a incidência das dobras”.

Meditação supera dança para harmonizar corpo e mente

02.03.2011 ]

Sintonia mente-corpo

Praticantes da meditação Vipassana, ou meditação da mente alerta, têm uma conexão mente-corpo mais forte do que aquela experimentada por dançarinos de balé clássico ou praticantes de dança moderna.
O estudo, realizado na Universidade da Califórnia, em Berkeley, sugere que os bailarinos profissionais de balé e os dançarinos de música moderna não estão tão emocionalmente em sintonia com seus corpos como estão as pessoas que praticam regularmente a meditação.

Observar sem julgar

Os pesquisadores compararam as emoções dos dançarinos e meditadores com ritmos corporais, como a respiração e o ritmo cardíaco. Os participantes tinham entre 18 e 40 anos de idade.
Eles descobriram que os dançarinos que dedicam muito tempo e esforço para desenvolver a consciência e o controle preciso sobre seus músculos não têm uma conexão mente-corpo mais forte do que a maioria das outras pessoas.
Por outro lado, os praticantes experientes da meditação da mente alerta – uma técnica focada na observação de respiração, dos batimentos cardíacos, dos pensamentos e dos sentimentos, sem qualquer julgamento – apresentaram o maior vínculo entre mente e corpo.
“Todos nós falamos sobre as nossas emoções como se elas estivessem intimamente ligadas aos nossos corpos – como ‘chorar de raiva’ ou ‘explodindo o coração de alegria’,” explica Robert Levenson, principal autor do estudo. “Nós queríamos medir com precisão essa conexão, e descobrimos que ela é mais forte entre os meditadores.”

Meditação como terapia

Os resultados oferecem novas pistas sobre o mistério da conexão mente-corpo.
Estudos prévios têm vinculado a dissociação entre mente e corpo a várias doenças médicas e psiquiátricas.
Segundo os pesquisadores, cada vez mais a meditação da mente alerta  está sendo usada para tratar problemas físicos e psicológicos.
“Acreditamos que alguns destes benefícios para a saúde derivam da capacidade da meditação em aumentar a associação entre a mente e o corpo na emoção,” disse Levenson.

Meditação reforça conexões elétricas no cérebro inteiro

23.02.2012 ]
Meditação contra atrofia cerebral
Dois anos atrás, pesquisadores da Universidade da Califórnia (EUA) descobriram que regiões específicas no cérebro de pessoas que praticam a meditação há muito tempo eram maiores e tinham mais massa cinzenta do que os cérebros de indivíduos não-praticantes.
Agora, o prosseguimento do estudo sugere que pessoas que meditam também têm conexões mais fortes entre as regiões cerebrais e apresentam menos atrofia cerebral relacionada com a idade.
Ter conexões mais fortes influencia a capacidade de disparar mais rapidamente sinais elétricos no cérebro.
O que é mais significativo é que a meditação produz estes efeitos em todo o cérebro, e não apenas em áreas específicas.
Conectividade do cérebro
Eileen Luders e seus colegas usaram um tipo de imagem do cérebro conhecida como imagem de tensor de difusão, uma técnica relativamente nova que fornece informações sobre a conectividade estrutural do cérebro.
Eles descobriram que as diferenças entre os meditadores e os não-meditadores não estão confinadas a uma região particular do cérebro, mas envolvem grandes redes, que incluem os lobos frontal, parietal, temporal, occipital, além do corpo caloso anterior, estruturas límbicas e o tronco cerebral.
“Nossos resultados sugerem que quem pratica meditação há muito tempo tem fibras da massa branca que são mais numerosas, mais densas ou mais distribuídas em todo o cérebro,” disse Luders. “Também descobrimos que o declínio normal do tecido relacionado à idade é consideravelmente reduzido nos praticantes de meditação.”
Mudanças no cérebro induzidas pela meditação
“É possível que meditar ativamente, especialmente durante um longo período de tempo, induza mudanças em um nível micro-anatômico,” diz Luders.
Como consequência, afirma a pesquisadora, a robustez das conexões entre as fibras nervosas dos meditadores pode aumentar e, eventualmente, levar aos efeitos macroscópicos vistos com a nova técnica de imageamento cerebral.
“E a meditação pode causar alterações na anatomia do cérebro não apenas por uma indução no crescimento, mas também impedindo sua redução,” disse Luders.
“Ou seja, se praticada regularmente ao longo de anos, a meditação pode retardar a atrofia cerebral relacionada ao envelhecimento, eventualmente afetando positivamente o sistema imunológico,” conclui a pesquisadora.

Aprendendo a meditar com Lama Michel



Lama Michel Rinpoche nasceu em São Paulo em 1981. Aos cinco anos de idade encontrou-se pela primeira vez com Lama Gangchen Rinpoche e sua aproximação com o budismo tibetano tornou-se evidente.
Nos anos subseqüentes Lama Gangchen Rinpoche e outros mestres reconheceram Lama Michel como a reencarnação de um linhagem de Lamas tibetanos. A conexão de Lama Michel com o budismo aprofundou-se ao viajar a lugares sagrados no Tibete, Índia, Nepal e Indonésia.
Aos 12 anos, por decisão própria, tornou-se monge e passou a viver no Monastério de Sera Me, no Sul da Índia, onde dedicou-se ao estudo da filosofia budista tibetana. Sera Me é uma universidade monástica que conta hoje com quatro mil monges. Lama Michel, um dos únicos ocidentais a estudarem em Sera, destacou-se em seus estudos, destacando-se entre os primeiros de sua classe.
Em 1994 foi entronizado tanto no Monastério de Sera Me como no Monastério de Tashi Lhunpo do sul da Índia, reconhecido pela sociedade tibetana como a reencarnação de Guelong Wanguiela Lobsang Chöpel, que foi mestre e assistente de Gangchen Rinpoche no Monastério de Gangchen no Tibete; e de Drupchog Guialwa Samdrup.
Durante o tempo do primeiro Dalai Lama, no séc. XV, quando surge a escola Guelugpa de Lama Tsong Khapa, Panchen Zangpo Tashi, uma das reencarnações passadas de Lama Gangchen, fundou o monastério de Gangchen. Seu sucessor, o segundo regente do trono foi Drubchok Guialwa Samdrup, um grande iogui e importante mestre tântrico.
O nome tibetano de Lama Michel é Jangchub Choepel Lobsang Nyentrag que significa Mente Ilustre que Difunde o Dharma com Sucesso.
Lama Michel tem viajado com Lama Gangchen pelo mundo, desde cedo dando palestras e ensinamentos, aplicando e transformando sua sabedoria e conhecimentos de maneira muito amorosa e próxima aos seus amigos e discípulos.
Em 1996 foi lançado o seu primeiro livro – `Uma Jovem Idéia de Paz`, uma compilação das palestras dadas por ele durante a sua primeira visita como monge ao Centro de Dharma da Paz em São Paulo em 1995.
Seu segundo livro, “Coragem para seguir em frente”, foi publicado em 2006 pela Editora Gaya.
Reside na Itália desde 2004, onde trabalha em vários projetos da Lama Gangchen World Peace Foundation.
Junto com Lama Gangchen orienta o Centro de Dharma da Paz e outros centros e grupos no Brasil.

Meditação de minuto

Depois do pão de minuto, a meditação de minuto.
Quer aprender a fazer meditação em apenas 1 minuto? Então assista ao vídeo (que tem 5min., por causa das instruções).



Como Aquietar a Mente


(Extraído do livro “Como se livrar de Pensamentos e Sentimentos decorrentes do Medo”, do Dr. David Joshua Stone, editorial Pensamento)
Este capítulo trata de um assunto que, no mundo ocidental, não recebe a atenção que merece. No Oriente, esta atenção é tanta que cai no extremo de rejeitar a mente, o que também é totalmente sem propósito. Sai Baba disse com eloqüência: “A Mente cria a escravidão e a mente cria a libertação”.
No mundo oriental, a Mente é chamada de “mente de macaco”. Ela é um aparato maravilhoso e, como sabemos, são os nossos pensamentos que criam a nossa realidade. A questão é: como usar esse recurso para que ele trabalhe a nosso favor e não contra nos? No mundo ocidental e, na verdade, no mundo inteiro, a maioria das pessoas não sabe como aquietar a mente. É essencial aprender a aquietar a mente porque, do contrário, é impossível obter paz interior. Pela graça de Deus e dos Mestres, e do ditado que diz que a “necessidade é a mãe da invenção”, fiz algumas descobertas e criei alguns recursos que podem ajudá-lo a aquietar sua mente. Mas temos que começar pelo começo, lançando os alicerces desse conhecimento e desses recursos e construir a partir daí.
A primeira chave para aquietar a mente é assumir o poder pessoal e estar sempre consciente dos próprios pensamentos, sentimentos, desejos e do que vou chamar, genericamente, de conteúdo da consciência. O exercício do poder pessoal nos permite ficar na posição de observador, mantendo distanciamento, ou não-identificação, com relação ao conteúdo da consciência. Recomendo a leitura do meu livro “Psicologia da Alma” para quem precisa de ajuda para atingir essa não-identificação e esse desapego.
A maioria das pessoas vive com o piloto automático ligado, permitindo que o subconsciente lhes dirija a vida em vez de deixar que a mente consciente e o poder pessoal causem, criem e escolham sua vida e sua realidade.
Cada pensamento que, vindo de seu interior, lhe penetra a mente, deve parar à porta de sua bolha de proteção, que você deve criar todas as manhãs, e ser examinado. Assim, você vai saber, a espeito de cada um deles, se é positivo ou negativo, se é do ego negativo ou da consciência Crística e Búdica, se é ou não de Deus. Se for de Deus, deixe-o entrar. Se não for, expulse-o: não deixe que ele lhe invada a mente. Como diz A course in Miracles: “não há pensamentos neutros” e “não permita que nenum pensamento que não seja de Deus entre em sua mente”. Sai Baba chama esse processo de “auto-questionamento”. Ele diz que isso é 75% do Caminho Espiritual. Esse treinamento deveria ser oferecido nas escolas a todas as crianças, de todos os paises do mundo, porque não existe processo educativo mais importante. Esse processo está ocorrendo a cada minuto e, se não é você que escolhe e causa a sua vida, então quem é? A mente subconsciente, destituída de raciocínio, o corpo astral, o ego negativo e a criança interior, que não deveriam dirigir a vida de ninguém.
Se você praticar esse processo simples com a mente, as emoções e o conteúdo da consciência, já terá percorrido de 50 a 70 % do caminho que leva à quietude mental, desde que mantenha regularmente a vigilância alegre! Além disso, comece cada dia evocando o poder pessoal, o amor incondicional, a bolha dourada de proteção e a sintonia com Deus. Essa vestimenta espiritual, juntamente com a consciência Crística e Búdica, sintoniza a consciência e a mente ao ponto de vista certo para começar o dia. É preciso deixar claro que a bolha de proteção vai protegê-lo, também, dos pensamentos e sentimentos negativos e dos conteúdos da consciência vindos do mundo exterior. Não permita a entrada das energias, pensamentos e sentimentos negativos das outras pessoas ou do ambiente, para que esteja sempre em posição de escolher a sua própria realidade, interior e exterior. É isso basicamente que você precisa saber para aprender a aquietar a mente. Agora que assimilamos esse conhecimento, por assim dizer, podemos começar sua sintonia fina.
Chegamos agora a outro ponto muito importante: como é impossível fazer com que a mente pare totalmente de pensar, não deve se esse o nosso objetivo, pois não é vontade de Deus que a mente seja completamente brecada. Somos criativos por natureza e é com a mente que criamos. Examinando a questão do ponto de vista artístico, a mente é como um pincel ou como um instrumento musical. Ela está sempre criando. No entanto, a chave é aquietá-la para que possamos dominá-la, em vez de deixar que ela nos controle. No Ocidente, a maioria das pessoas é controlada pela mente, em vez de serem elas a controlá-la. Vivemos numa cultura que valoriza o fazer e o conseguir e não o ser. Na Índia é o oposto. Na verdade, as duas coisas são importantes e precisam ser equilibradas e integradas. Há momentos para pensar e momentos para não pensar. Essa é uma idéia-chave. A mente subconsciente está sempre pensando e criando de maneira positiva ou negativa, pois não tem raciocínio. Mas, é essa a idéia-chave, a mente consciente não precisa entrar na corrente continua de pensamentos, sentimentos e impulsos da mente subconsciente. Assim, aprender a não pensar é tão importante quanto aprender a pensar corretamente.
A mente está sempre em busca de compreensão e de paz interior O problema é que não é possível ter essa compreensão em todas as situações da vida, a qualquer instante. Às vezes, é essencial guardar a mente na prateleira e ficar na quietude e no silencio. Se a mente está sempre tagarelando e a mente consciente participa dessa tagarelice, onde se encaixa o Espírito Santo, a Poderosa Presença Eu Sou e o Eu Superior? Eles são a “pequena voz interior” que não briga por atenção como a mente, as emoções e o ego negativo. Outro exemplo é o de pessoas que estão sempre rezando mas nunca meditam. Rezar é falar com Deus e meditar é ouvi-lo. As duas coisas são importantes.
Muitas pessoas gostam de canalizar, o que é maravilhoso. A canalização é, em si mesma, um tipo de meditação. Mas é importante fazer, de vez em quando, uma meditação mais do tipo Zen, que exclui qualquer fluxo de informação e nos leva a experimentar apenas o Silencio e a Paz de Deus. É como se, com todos os pensamentos e sentimentos em ordem, pudéssemos ficar em silencio e desfrutar da paz. Às vezes, é importante pensar, fazer afirmações, visualiza, rezar, repetir o nome de Deus, cantar, entoar mantras, criar e conseguir. Mas há também o momento de ficar em silencio, sem se identificar com o conteúdo da consciência. Em outras palavras: há o tempo de se identificar e o tempo de não se identificar com o conteúdo da consciência. É como se fossem duas formas de “barato” no sentido Espiritual e psicológico. É possível atingir maravilhosos estados de amor, paz, alegria, êxtase e felicidade por meio de práticas Espirituais que nos ajudam a nos identificar com os aspectos Divinos e positivos do conteúdo da consciência. É absolutamente essencial usa essas práticas e esses recursos para co-criar com Deus, a vida e a missão que estamos aqui para manifestar. Mas é importante, também, aprender a se “desidentificar” do conteúdo da consciência, até mesmo do conteúdo Espiritual, e se limitar a ficar, nesse momento, no silencio do não-pensar, do não-sentimento específico e da não-criação específica, aproveitando apenas o estado de não-pensar.
Todos nós podemos recorrer a isso durante o sono ou na hora de dormir. Muita gente tem insônia porque não consegue aquietar a mente. Se é tarde e você tem que acordar cedo, é melhor parar de pensar, mesmo que esteja pensando em coisas maravilhosas, pois senão não vai conseguir dormir. Um aparelho de televisão oferece aqui uma boa metáfora. Além de mudar de canal mental, às vezes é essencial desligar a TV para ela descansar um pouco. Muitas pessoas não conseguem mudar de canal e nem desligar a televisão. Mesmo que os programas sejam fantásticos, há um momento em que é melhor desligar o aparelho e mergulhar no silencio, sem nenhum programa de TV, nem mesmo os programas canalizados. Quero dizer que há o momento certo para programas de TV, para programas canalizados, para o silencio do não-pensamento e para o simples silencio. O estado de total desidentificação com o conteúdo da consciência é maravilhoso, agradável, revigorante e capaz de curar. Há programas de TV subconscientes, programas de TV conscientes, quando a mente consciente convoca o conteúdo da consciência, programas de TV supra-conscientes e também o estado de não-pensamento, quando a televisão está desligada e só nos resta usufruir do silencio e da quietude.
Para aquietar a mente, os indianos costumam usar um mantra ou repetir o nome de Deus. Essa é uma prática maravilhosa, um recurso que mantém absortas a mente subconsciente e a consciente. Parece um paradoxo que, para se aquietar, a mente precise de um pensamento para ficar repetindo, mas funciona. Na minha opinião, ficar repetindo, sem parar, o nome de Deus e os mantras, pode dar uma terrível dor de cabeça. Mas não me entendam mal:não acho que essas práticas estejam erradas, pois eu as ensino em meus livros. Só estou dizendo que tudo tem seu lugar e seu tempo. Isso nos leva de volta a uma verdade: a mente cria a escravidão ou a libertação, dependendo de como é usada. Na vida, tudo tem que ser feito com equilíbrio e moderação, no momento apropriado. O que é cem por cento positivo num momento pode ser o oposto em outro. Se você está com dor de cabeça, esse não é um bom momento par repetir um mantra ou o nome de Deus. A quietude é provavelmente o mais indicado.
O simples fato de a mente lhe dar um pensamento, um sentimento, um impulso ou uma idéia criativa, de natureza positiva ou negativa, não significa que você seja obrigado a pensar sobre isso ou agir de acordo com isso. A lição número dois é aprender a pôr na prateleira os pensamentos, os sentimentos, os impulsos, os desejos e as idéias criativas, e pegá-los no dia seguinte. Não é preciso fazer uma meditação formal para atingir esse estado de não-pensamento ou de não-consciência. Qualquer um pode experimentá-lo a qualquer momento: é uma questão de escolha. Se quiser fazer essa experiência de maneira formal e por um período de tempo mais longo, crie um espaço físico, feche a porta, desligue o telefone e aproveite seu espaço por períodos de tempo mais longos e com maior concentração. Há muitos tipos de meditação. Na minha obra, eu já lhe ensinei uma grande quantidade de meditações de Ativação da Ascensão. Elas são fabulosas. Mas agora estou lhe apresentando outro tipo de meditação que é extremamente agradável e espiritualmente útil:experimentar a quietude de Deus, sem pensamentos nem conteúdos de consciência com que se identificar, pelo tempo que você mesmo escolher.
Há uma pergunta: o que fazer quando a mente não nos obedece no momento em que decidimos criar esse espaço de não-pensamento, seja em meio aos afazeres da vida ou meditando? Talvez seja este o verdadeiro início deste capítulo. Mas, antes de chegar a este ponto, tínhamos que construir o alicerce, para que estas novas noções e novos recursos sejam eficazes. Agora que você já tem uma compreensão fundamental, vou lhe oferecer algumas poções e alguns recursos revolucionários, que vão ajudá-lo a ter a mente mais serena, como nós todos desejamos.
– O primeiro recurso é a importância de escrever listas. Por meio de diálogos e estudos intensivos descobri que a mente fica quieta enquanto se sente respeitada. Assim, o primeiro recurso essencial para aquietar a mente funciona, por exemplo, num momento em que você está vendo TV e não quer pensar em nada, mas a mente vem com três coisas urgentes a serem feitas no dia seguinte. Tenha um caderninho na bolsa ou no bolso e escreva essas coisas na lista do dia seguinte. Eu garanto que a mente vai ter prazer em se aquietar se essas coisas estiverem na “lista do dia seguinte”.
– O segundo recurso é reservar uma parte do caderninho para momentos em que você quer parar de pensar em alguma coisa que está em processo. Nesse caso, basta escrever uma afirmação mais ou menos assim: “só vou pensar nisso na sexta-feira à tarde”. Mesmo que a preocupação seja grande, quando a mente sabe que suas prioridades estão sendo respeitadas, ela se quieta e respeita a afirmação. Mas uma coisa é essencial: se a sua mente trouxer a questão à tona depois desse prazo limite, você precisa pensar no assunto ou criar outro prazo limite. O ato físico de escrever a afirmação cria na mente uma forte impressão de que você é sério e tem um sistema para cuidar de suas necessidades e das necessidades de sua mente. Ela vai cooperar enquanto se sentir integrada ao plano e ao processo total de sua vida.
– O terceiro recurso é uti para momentos em que você não tem caneta e papel à mão. Você pode estar fazendo alguma coisa na rua, dirigindo o carro, meditando ou acordar no meio da noite. Esse recurso consiste numa lista mental de números, começando do um. Cada número corresponde a uma prioridade da mente: coisas a fazer ou a serem consideradas. Às vezes faço uma lista de dezesseis números, correspondentes a assuntos que vou resolver assim que me sentar à minha mesa. Por exemplo: no meio da noite, me levanto para ir ao banheiro e minha mente começa a pensar em alguma coisa muito importante que preciso fazer. Se continuar pensando, vou perder o sono e ficar acordado por algumas horas. Descobri que dar um número à prioridade da mente é como escrevê-lo na “lista do dia seguinte”. A mente fica satisfeita porque sua prioridade está sendo respeitada e eu levo pouco tempo para colocá-la na lista e não pensar mais nela.
Como já disse, a mente da maioria dos acidentais nunca pára de pensar. Isso nos tira a paz interior, provoca insônia, dores de cabeça, stress e até perturbação emocional. Pensar demais acaba afetando os órgãos físicos. Pensar conscientemente e planejar sem parar aumenta o fluxo de energia no fígado e no pâncreas. O fígado é conhecido, metafisicamente, como o órgão do planejamento. Muitas pessoas têm problemas digestivos porque pensam demais, abusando da energia do terceiro e do sexto chakras.
A questão da perturbação emocional também é importante. Como os pensamentos criam os sentimentos e as emoções, a mente está sempre criando histórias. Vamos supor que você teve uma pequena discussão com alguém da família ou com um colega. É bom processar o fato mentalmente e chegar a uma solução pacífica. Mas, quando há sentimentos não resolvidos, a mente cria histórias em que você descarrega a raiva na pessoa em questão. Você sabe do que estou falando. É muito importante brecar essas histórias, que são criadas pelo ego negativo e não pela alma e pela poderosa presença Eu Sou.
Há uma boa razão para aquietar a mente: é muito bom não precisar estar sempre pensando e fazendo coisas. A mente quer pensar, criar, conseguir e fazer. Quem deixa a mente assumir o controle acaba dominado por uma subpersonalidade chamada “o afobado”. Não me entenda mal: é maravilhoso pensar, criar, conseguir e fazer. Adoro minha mente e adoro pensar. É costume, em alguns movimentos espirituais e grupos psicológicos, ser “antimente”. Mas esses grupos acabam corrompidos em algum nível. A mente é uma das Faces de Deus. A chave é amar as quatro Faces de Deus (espiritual, mental, emocional e material) e integrá-las em equilíbrio. A chave é pensar, quando e como queremos, e não pensar quando não queremos. É por isso que amo as quatro Faces de Deus e amo a minha mente. Em vez de trabalhar para ela, eu faço com que ela trabalhe para mim. Isso nos remete ao ideal Espiritual e psicológico: atingir a mestria em todos os aspectos da vida e em todos os níveis.
Há um outro recurso para aquietar a mente que uso quando quero tirar uma soneca ou antes de ir para a cama. Ele me ajuda a fechar os olhos e mergulhar no sono por cinco minutos, o que sempre me revigora como se eu tivesse dormido oito horas. Mas, todos sabem que, quando a mente está pensando ativamente em muitas coisas, é impossível mergulhar no sono. Pois eu sugiro que você experimente este recurso ou técnica que eu desenvolvi: deitado, olho para um objeto específico, para um ponto branco ou para uma luz na parece à minha frente. Olhar para esse ponto é o meu botão para desligar. Minha mulher mal acredita na rapidez com que consigo dormir ou cochilar. Este recurso me ajuda nesses momentos. Eu me deito na cama e, antes de cochilar, olho para esse ponto. Isso limpa a minha mente porque foi esse o acordo que fiz com ela. Então, fecho os olhos. Como a minha mente está sempre trabalhando num milhão de projetos, cheia de pensamentos de todos os tipos, faço a escolha consciente de não embarcar neles. Mas ela continua a pensar no nível subconsciente. Quando ela me traz alguma coisa em que não quero pensar ou alguma coisa negativa, abro os olhos, olho para o ponto, minha mente fica limpa e começo tudo de novo. Isso rompe a cadeia de formas-pensamento, sem que precise rompê-la mentalmente a cada vez. Em certos momentos, essa é a maneira mais rápida e eficaz de deter as mais fortes correntes de formaspensamento.
Para aumentar a eficácia desse recurso, acrescentei a ela um segundo recurso: cada vez que fecho os olhos, faço com que minha consciência comece a acompanhar a minha respiração. Não me forço a respirar, mas apenas observo o processo da respiração. Isso faz com que a consciência saia do corpo mental e me permite entrar num estado de consciência mais profundo. Eu recomendo que em vez de tomar café ou de usar algum estimulante artificial como fonte de energia, você experimente deitar-se e usar este processo. Mesmo que não consiga dormir, deite-se, feche os olhos, use este recurso e deixe sua mente desocupada: só isso já é muito revigorante.
Processar e pensar corretamente é um recurso dos mais importantes, pois nossos pensamentos criam a nossa realidade. Uma descoberta profunda e interessante que fiz é a seguinte: às vezes a melhor maneira de processar a realidade e resolver as coisas é não pensar. A mente e as emoções são processos e recursos incríveis e suas criações parecem sempre importantes e reais. Mas descobri que, às vezes, para resolver uma questão, a solução é não pensar imediatamente nela. Com isso, a questão se resolve sem a necessidade de pensar, de processar, de falar, de escrever diários ou de fazer qualquer outra coisa. Uma semana depois, já nem me lembro mais da questão que no momento parecia tão importante. Isso me lembra um ditado: “o tempo cura”. Mas nem sempre é assim: certas questões precisam ser resolvidas, por mais que sejam proteladas. Por isso, na esteira dessa descoberta e também por outras razões, criei, no meu diário, uma outra lista, que me permite deixar para a semana seguinte, para seis meses depois ou até para o outro ano a necessidade de pensar sobre certas questões. A mente está sempre disposta a deixar certas questões de lado por algum tempo, desde que tenha a certeza de que elas serão resolvidas depois. E, como vou reler o diário depois de algum tempo, é 100% certo que não vou conseguir evitar essas questões no futuro. Sabendo disso, a mente deixa de lado a necessidade de pensar no assunto no momento presente.
Não pensar resolve certas situações, ou as razões que tínhamos para pensar ou fazer certas coisas, porque é a carga emocional que as faz parecer importantes. Só que, uma semana depois, essa carga emocional perde a importância e, com isso, percebemos que é desnecessário nos ocupar daquele pensamento, daquela questão, ou daquela coisa que parecia tão necessário fazer. Aprender a adiar preocupações é um recurso a ser desenvolvido porque todos nós temos a vida ocupada e coisas importantes a fazer. Não é impossível resolver tudo e fazer tudo o que gostaríamos de fazer. Assim, viver é estabelecer prioridades. Viver é ser capaz de integrar equilibrar a vida espiritual, mental, emocional e física/terrena e de decidir, a cada momento, qual é a face de Deus e o Nível de deus que exige mais atenção. É essencial conseguir se concentrar totalmente numa questão sem ser perturbado pelas outras. Com esses recursos, você vai conseguir escolher suas prioridades sem ser perturbado pelas outras questões, mas também sem ser irresponsável a respeito delas. No outro lado da moeda desta discussão, estão as pessoas que vivem em constante negação e repressão. Elas têm a capacidade de não pensar, mas o fazem de maneira irresponsável, acreditando que basta não pensar em certas questões para resolvê-las. Isso não funciona e o karma dessas pessoas vai importuná-las constantemente. Há dois tipos de negação: a espiritual e a ego-negativa. A negação espiritual, que é boa, é a capacidade de impedir que qualquer pensamento que não seja de Deus invada a nossa mente. A negação ego-negativa é negar os pensamentos e informações de Deus e bloquear a verdade da própria realidade por causa de uma psicologia ou de um sistema de crença ego-negativo.
Outro recurso que pode ajudá-los a aquietar a mente é o que chamo de importância das listas espirituais. Não dá para subestimar a eficácia e a utilidade desse recurso. Sempre que alguma coisa o aborrece ou corre mal num nível importante, sugiro que escreva uma Lista Espiritual. Há infinitos tipos de listas espirituais que podem ser criadas para ajudá-lo. Se estiver se sentindo infeliz, escreva uma lista espiritual com todos os motivos que você tem para ser feliz. No dia de Ação de Graças, e sempre que quiser se sentir melhor, crie uma lista espiritual com todos os motivos que você tem para se sentir agradecido. Se você está com a auto-estima em baixa ou com falta de respeito e de amor por si mesmo, crie uma lista espiritual que chamo de “Diário das Vitórias”. Nessa lista espiritual inclua todas as vitórias que obteve na vida, em todos os níveis, por menores que elas sejam. Como seus pensamentos criam a sua realidade e como você enxerga com a mente e não apenas com os olhos físicos, essa lista vai modificar profundamente os sentimentos e a consciência que você tem de si mesmo e vai reprogramar sua mente subconsciente.
Quando você tiver problemas de saúde física, crie uma lista espiritual que vai servir de plano de batalha espiritual, com todas as coisas que você vai fazer ara ficar saudável, vencer essa batalha e voltar a um estado de saúde perfeito e radiante.
Todos os dias faço uma lista espiritual com as coisas que tenho para fazer, em todos os níveis. Mesmo que não consiga fazer tudo, me sinto bem porque me sinto organizado e com o controle das coisas. Muitas pessoas ficam estressadas porque não conseguem fazer o que precisam fazer ou porque se angustiam com o trabalho que têm pela frente. Uma lista espiritual faz com que você se sinta no controle da situação, mesmo que fisicamente não dê conta de tudo. O mesmo vale para a lista espiritual da saúde. Mesmo que você ainda não esteja fisicamente saudável, a lista espiritual faz com que você sinta que dominou a lição Espiritual no nível mental e emocional, graças à organização e a um bom plano de batalha.
Se o problema é dinheiro, faça uma Lista Espiritual e um plano d batalha com tudo o que você vai fazer para resolver a situação: preces, afirmações e visualizações, além das providencias físicas que vai tomar.
Se, por alguma razão estranha, você começar a içar deprimido, faça uma Lista Espiritual de todas as razões que você tem para não se deprimir. Se começar a duvidar de si mesmo, faça uma Lista Espiritual de todos os motivos que você tem para não duvidar. Na verdade, acredito que as Listas Espirituais são uma das chaves de ouro para a vida bemsucedida. Elas funcionam como uma espécie de cura por meio de afirmações e da mudança de atitude Como os pensamentos criam a nossa realidade, você percebe a importância e a eficácia desses recursos.
Como nossos pensamentos criam a nossa realidade, é da mais alta importância mantêlos lá em cima, por assim dizer. Eu recomendo que, de vez em quando, faça uma Lista Espiritual dos motivos que tem para se sentir bem com relação a si mesmo e que guarde essa lista para consultar em tempos de stress ou crise. O simples fato de reler uma lista feita no passado ou sublinhar, nessa lista, os pontos mais importantes, pode fazer maravilhas para elevar a sua consciência.
Aqui, a pergunta-chave é: o que isso tem a ver com quietude mental? Você vai descobrir que a mente se aquieta quando o corpo emocional e o corpo mental se sentem em paz e em harmonia. Quando você se sente negativo com relação a si mesmo, ou quando interage negativamente com os outros ou com o mundo, a mente fica mais agitada e hiperativa. A superatividade da mente e o excesso de pensamentos causam exaustão e acabam esgotando as glândulas supra-renais. O excesso de crise e stress faz com que a mente entre em modo de sobrevivência e fique superativa, ativando demais as glândulas supra-renais o que prejudica o sistema imunológico. Muitos trabalhadores da luz sofrem de exaustão das supra-renais devido a excesso de stress e crise quando é essencial aprender a ter paz interior e nos relacionamentos. É da mais alta importância aprender a pensar e processar corretamente a vida, além de aprender a não pensar quando é o caso. Por isso é que Sai Baba diz: “a mente cria escravidão e a mente cria libertação”. Se você aprender a dominar e a usar corretamente sua mente como um recurso criativo divino, ela será sua maior amiga e aliada e vai ajudá-lo a se libertar do ego negativo. A mente não é ruim: é a mente ego-negativa que temos que transcender. Muitos filósofos orientais são confusos a este respeito. Eles jogaram o bebê fora, junto com a água do banho. Eles confundiram a mente ego-negativa com a mente. No entanto, foi o ego negativo que acabou corrompendo os seus ensinamentos. Como diria o mestre Tibetano, Kjwhal Khul: “Pondere sobre isso”. Acontece a mesma coisa nas escolas ocidentais de pensamento e psicologia, que acham que é o máximo ser antimente. Isso é uma total corrupção ego-negativa e esses ensinamentos deveriam ser evitados.
Assim, se você aprender a pensar corretamente, a manter seus pensamentos “lá em cima” e a se sentir bem com relação a si mesmo, sua mente vai se aquietar porque você vai estar em paz. Assim, para aprender a aquietar a mente, é essencial aprender a pensar direito. Vemos, portanto, que é preciso encontrar o equilíbrio entre aprender a pensar e aprender a não se entregar aos pensamentos, quando é este o caso.
Há outro recurso fantástico para aquietar a mente, que chamo de “Votos Espirituais”. Na vida erramos muitas vezes e nem sempre as coisas acontecem como gostaríamos que acontecessem: são momentos que nos trazem lições para aprender. Se você cometer um erro, em vez de se sentir mal por causa disso, ficar remoendo o fato e deixar que ele o derrube, recomendo que inaugure outra seção em seu diário, para Votos Espirituais. Crie um Voto Espiritual que diga alguma coisa do tipo: “Eu amo incondicionalmente a mim mesmo e me perdôo 100 % por este erro. Aprendi a lição e não vou deixar que isso aconteça outra vez!!!”
Este simples enunciado corrige o processo: evoca o perdão e o amor incondicional afirmando, ao mesmo tempo, que a lição foi aprendida e que o erro nunca mais vai se repetir. A última parte lhe devolve o poder pessoal e o espírito de Guerreiro Espiritual, que são absolutamente essenciais em todos os momentos da vida. Vontade de viver é vontade de lutar por Deus e por tudo o que acreditamos. Esse breve Voto Espiritual funciona como uma alquimia que transforma a experiência negativa em “ouro espiritual”. Desde que você faça esse voto espiritual, é até bom que o erro ocorra porque graças a ele você aprende conscientemente a lição. Além disso, seu empenho no sentido de impedir que o erro se repita fica forte como aço, o que vai lhe ser muito útil no futuro. Graças ao voto você desenvolve também uma vigilância espiritual que vai lhe poupar muito sofrimento. O fato de registrar os votos por escrito já os fortalece e, como ficam numa seção especial do diário, que você pode consultar sempre que for preciso, eles ficam ainda mais fortes.
Dá para perceber como isso é profundo? Quando você cometer um erro, ou quando as coisas derem errado, faça um voto espiritual que vai torná-lo mil vezes mais poderoso do que antes. Além disso, o fato de fazer seriamente um voto espiritual é uma garantia de que o erro ou o fato indesejável nunca vai se repetir, o que é reconfortante. Assim, aquilo que poderia ter prejudicado o seu sucesso é agora um propulsor, que o leva a níveis ainda mais altos de crescimento espiritual e de sucesso. O voto espiritual serve também para afirmar e solidificar o fato de que a lição foi aprendida, o que é extremamente útil.
A próxima pergunta é: o que isso tem a ver com quietude mental? Se você estiver deprimido ou agitado por causa de m revés ou de um erro, sua mente vai ficar super ativa na tentativa de levá-lo de volta ao equilíbrio e à paz interior. Este recurso, assim como a lista espiritual, é um método super rápido para levá-lo de volta quase que instantaneamente, ao estado de paz interior e de bem-estar com relação a si mesmo, permitindo assim que sua mente se acomode e se aquiete.
Outro principio, compreensão e recurso para aquietar a mente diz respeito à relação com o passado e o futuro. É muito importante não deixar que a mente se concentre demais no passado ou que guarde ressentimentos por erros cometidos, gerando remorso e culpa. Mas nem sempre é errado se concentrar um pouco no passado porque, às vezes, precisamos evocar lembranças e experiências.
Além disso, é importante examinar o passado para aprender com os erros e as boas ações que ficaram para trás. Mas, salvo essas exceções, temos que viver no agora e seguir sempre em direção ao futuro, estabelecendo metas e prioridades espirituais. Se você refletir sobre o passado, vai perceber que ele é feito apenas de pensamentos e imagens mentais. Você pode ser o mestre do seu passado se tiver domínio sobre os pensamentos e as imagens mentais. Devo dizer que pensamentos e imagens são, na verdade, a mesma coisa. Em certo sentido, são dois lados da mesma moeda. Às vezes, os pensamentos vêm em formaspensamento e, às vezes, em imagens-pensamento. Todos os princípios e recursos mencionados neste capítulo se aplicam a ambos. Quero apenas deixar claro que, par eliminar o remorso e a culpa, o melhor recurso é se perdoar e se amar incondicionalmente.
Com relação ao futuro, os princípios são os mesmos. O futuro só existe na forma de pensamentos e imagens mentais. Expectativa é ansiar pelo futuro. Preocupação é temer o futuro. Quando dominamos os pensamentos e as imagens que nos invadem a consciência, controlamos o nosso futuro. Na verdade, existe apenas o eterno agora. É importante planejar o futuro, mas não em excesso. É importante se preparar para o futuro, mas não em excesso. É bom pensar no futuro. No entanto, é preciso ter discernimento espiritual para no extrapolar. O principal é ser o mestre dos próprios pensamentos e imagens mentais, relativos ao passado e ao futuro.
Quando se trata de impedir que a mente se preocupe e pense demais, um dos melhores recursos é a oração. Em suas canalizações da Mente Universal, Edgar Cayce disse: “Por que se preocupar quando se pode rezar?”. A oração breca imediatamente os pensamentos e as preocupações, pois nos devolve a fé, a confiança e a paciência. Adotar essa perspectiva com relação ao passado e ao futuro vai ajudá-lo a aquietar a mente a cada momento do dia. Outro recurso de valor inestimável para aquietar a mente é um exercício de afirmações que deve ocupar uma parte especial do diário. Na vida, há pensamentos, imagens, sentimentos, impulsos e desejos que nos desagradam tanto que não temos vontade nem de pensar neles. Nesses casos, imagine que a mente consciente e a mente subconsciente são um computador. Quando você ficar aborrecido com um processo qualquer, crie uma afirmação nessa parte especial do diário. Por exemplo: “Estou apagando de vez este programa”
Isso funciona em 50 % dos casos. O ato de escrever num lugar especial do diário bloqueia o processo na mente e na consciência. Mas isso não basta: é preciso incluir, na afirmação, um novo programa positivo. É mais ou menos assim: “Estou apagando de vez este programa e pondo, em seu lugar, este processo específico”.
Vou ar um exemplo: se você estiver zangado com alguém, a afirmação vai apagar oficialmente esse programa que poderá, então, ser substituído por perdão, amor incondicional e benevolência. Esse recurso pode ser usado de infinitas maneiras. Ele pode ser usado com relação a qualquer pensamento, imagem, sentimento, emoção, mau hábito, impulso negativo ou desejo negativo. Se você criar oficialmente esse sistema em seu diário, eu garanto que vai funcionar. Esse recurso é outra dádiva de Deus, assim como os outros que mencionei com o intuito de ajudá-lo a aquietar a consciência e a mente.
Para concluir, se você puser em prática todas as idéias, preceitos e recursos mencionados, você vai aprender de maneira rápida e eficaz a aquietar a mente no dia a dia, durante o sono e nas meditações. Esses recursos funcionam já na primeira vez e continuam a funcionar enquanto você permanecer íntegro e consistente com a sua prática. Aprender a aquietar a mente é uma das mais importantes práticas espirituais que você vai trabalhar. Afinal, não podemos esquecer que são os nossos pensamentos que criam a nossa realidade.


Fonte:  http://milenar.org/category/1-parte-primeira/2-secao-segunda/terapias-nao-agressivas/meditacao/

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